RECUPERAÇÃO PÓS-PANDEMIA

Coordenado pela UnB, o LIFT Learning vai promover inovações financeiras para o cenário pós-covid-19

Iniciativa do curso de Engenharia de Produção fomenta startups financeiras para retomada da economia. Foto: Pixabay

 

Entre os setores mais atingidos pela pandemia da covid-19, o econômico deve ser o que levará mais tempo para se restabelecer. Isso porque a crise sanitária global afetou desde as cadeias mais básicas de produção até os mercados especulativos, ampliando prejuízos e exigindo iniciativas inovadoras para contribuir com a recuperação.

 

Com o intuito de fomentar as startups financeiras – as chamadas fintechs – , surge o LIFT Learning: Programa Distrital de Fomento a Startups Financeiras (Fintechs) no contexto da luta contra a SARS-covid-19, projeto do curso de Engenharia de Produção da Universidade de Brasília. Pensada no âmbito da estrutura do Banco Central, a iniciativa incentiva o surgimento de projetos para promover inovações financeiras que contribuam para a melhoria do cenário pós-pandemia.

 

A ideia foi aprovada pela Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAP-DF), que investiu R$ 563 mil para pagamento de bolsas aos participantes. Esse incentivo permitirá que os projetos avancem dentro de uma estrutura adequada e guiada por equipes capacitadas.

 

Além de estimular soluções criativas, a proposta pode ajudar a fomentar mercados úteis ao setor público. “O LIFT Learning se coloca como um novo e importante pilar no desenvolvimento do mercado de finanças brasileiro. Como proposta de vanguarda, o Learning reúne universitários para atender demandas de empresas financeiras que visem introduzir produtos que contribuam com a recuperação dos impactos da covid-19”, explica Ricardo Paixão, professor da Faculdade de Tecnologia (FT) e coordenador do programa.

 

A modernização da economia é importante agente no combate à transmissão do Sars-CoV2. Com as fintechs, por exemplo, foi possível incentivar o desenvolvimento de um sistema bancário totalmente on-line, o que dispensa a necessidade de enfrentar filas bancárias ou a interação com cédulas, que de fato podem carregar o vírus causador da covid-19. Para o professor Ricardo Paixão, as vantagens promovidas pelas fintechs vão além da pandemia e podem ser vistas no dia a dia do usuário do sistema bancário.

 

“O principal impulsionador para o ingresso e popularização de fintechs no Brasil está estampado na natureza da penetração de smartphones, em comparação ao nível de bancarização da sociedade brasileira. Isso permite que os serviços oferecidos por bancos sejam providos por fintechs, ou seja, o smartphone se transformou numa "agência bancária" e boa parte das novas possibilidades desse meio se concretizou pela ação de fintechs", descreve.

 

O docente enumera outros benefícios das inovações produzidas pelas startups financeiras. "Pode-se ressaltar a utilização de meios de pagamentos digitais, evitando maior disseminação do vírus por meio do contato humano e de meios de pagamento físico. E maior inclusão digital e acesso a serviços financeiros para sociedade brasileira”.

 

De acordo com Ricardo Paixão, as equipes do Banco Central e da UnB escolheram quatro projetos, envolvendo um banco e três fintechs, para cumprir as necessidades especificadas pelo programa LIFT Learning. Foi levada em conta a complexidade de desenvolvimento de projeto sofisticado e inovador em tecnologia financeira, em um ambiente regulado.

 

“Os projetos foram escolhidos de maneira a proporcionar aos alunos participantes o maior impacto possível. São projetos sofisticados e empresas de médio e grande porte, com capacidade de gerir projetos com esse nível de sofisticação. Além disso, os projetos devem aderir à agenda de desenvolvimento do Banco Central (Agenda BC#), no eixo de competitividade”, explica o professor.

 

Os projetos envolvem a atualização de processos e digitalização de serviços do Banco de Brasília (BRB), além do desenvolvimento e implementação de identificação facial (BxBlue) e pagamento de tributos nas esferas do poder público usando o Pix, novo sistema de pagamento do Banco Central capaz de validar transações em até dez segundos.

 

ANDAMENTO – O programa LIFT Learning será desenvolvido em duas etapas. Na primeira, com duração de dois meses, empresas e estudantes definem os escopos dos projetos para que sejam viáveis no tempo estipulado da segunda fase. A etapa seguinte contempla quatro meses para o desenvolvimento e execução dos projetos. A proposta é que alunos possam aprender como são os desafios de desenvolver tecnologias inovadoras em ambientes regulados, como a infraestrutura bancária.

Na foto, Daniel Veloso (esq.), estudante de Engenharia de Produção e participante do projeto, e Ricardo Paixão, coordenador do programa (dir.). O LIFT Learning envolve universitários no desenvolvimento de soluções inovadoras. Imagem: Arquivos pessoais

  

Para Daniel Veloso de Almeida, graduando do curso de Engenharia de Produção da UnB e participante do projeto, a proposta acrescenta experiência prática na elaboração de propostas inovadoras em um cenário real. “É importante que o aluno aprenda a reconhecer o funcionamento da execução de projetos dentro do mercado, principalmente em um setor com uma influência regulatória tão importante”, aponta o estudante.

 

O discente vislumbra a possibilidade de ampliar seus conhecimentos por meio da interação com profissionais experientes. “O projeto ainda possibilita a alunos juniores a oportunidade de aprender e trabalhar com profissionais seniores já posicionados no mercado”, destaca.

 

Em paralelo, Daniel menciona a importância de que o método de ensino ativo, utilizado no curso de Engenharia de Produção, seja levado a outros cursos e campi, ampliando o conhecimento adquirido nas disciplinas teóricas.

 

A intenção do Banco Central é que o programa possa não apenas estimular outras ações similares, mas que seja replicado nacionalmente. Com o apoio da FAP-DF e execução da equipe da UnB, essa primeira etapa do LIFT Learning poderá definir parâmetros globais que poderão ser considerados em um momento de reprodução em outras regiões.

 

A Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação do Distrito Federal (Secti-DF), por meio da FAP-DF, é responsável pelo financiamento e apoio à pesquisa de diversos setores responsáveis pela diminuição dos efeitos da crise, assim como no combate direto à covid-19. Além do fomento pela fundação, o programa tem apoio do Departamento de Engenharia de Produção da UnB e do Parque Tecnológico de Brasília (Biotic). 

 

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