As ações pela recomposição dos R$ 36,6 milhões cortados do orçamento da Universidade de Brasília (UnB) foram discutidas entre a reitora Márcia Abrahão, representantes da Administração Superior e dirigentes da Associação dos Docentes da Universidade de Brasília (ADUnB), do Diretório Central dos Estudantes (DCE) e do Sindicato dos Trabalhadores da Fundação Universidade de Brasília (Sintfub). O encontro ocorreu na manhã desta quinta-feira (2), no Salão de Atos da Reitoria.
“A situação é diferente entre as universidades, mas é dramática para todo mundo. Fizemos uma reunião com o ministro-chefe da Casa Civil, estamos conversando com os parlamentares e estamos completamente mobilizados entre os reitores. Nós precisamos que toda a comunidade também esteja mobilizada para revertermos esse cenário”, disse a reitora.
Márcia Abrahão enviou comunicado para a comunidade acadêmica na quarta-feira (1º) com informe sobre os impactos no orçamento da Universidade e o alerta às unidades acadêmicas e administrativas. Caso a situação não se reverta, todos sofrerão perdas. “São menos 14,5% do que já estava comprometido para o ano todo. Não vemos outra saída, apenas a reversão desse quadro”, ressaltou a reitora.
A representante do DCE Adda Luísa Sousa disse que o movimento estudantil reconhece que com o corte não há como manter o número de estudantes em situação de vulnerabilidade socioeconômica, e a redução afeta drasticamente o funcionamento da UnB. “Estamos em total acordo com o posicionamento da UnB. Não aceitamos e não vamos administrar esses cortes”.
Ela destacou que há uma assembleia dos estudantes marcada para a próxima terça-feira (7) e uma manifestação unificada na quinta-feira (9), na Esplanada dos Ministérios. Além disso, a recepção dos novos estudantes será marcada por pautas relevantes para a comunidade acadêmica. “Estamos pensando em fazer a Calourada com o mote ‘A Universidade é nossa’. Queremos fazer várias mesas que falem dos cortes orçamentários, que falem da extensão, da pesquisa, e acho que vai ser um momento político importante para a Universidade.”
Para o presidente da ADUnB, Jacques de Novion, é preciso manter a Universidade unificada, sem disputas por situações melhores entre as áreas internamente. “Nosso eixo é a defesa da universidade pública, especialmente da UnB. O que cabe à gente hoje é retomar nossa histórica luta em defesa da educação pública. Com o início da presencialidade, é importantíssimo construir o diálogo entre os quatro segmentos e reativar o comitê em defesa da UnB, construindo coletivamente a defesa incondicional da educação pública e da Universidade de Brasília”, disse.
O coordenador-geral do Sintfub, Francisco de Assis, lembrou que está na pauta dos sindicatos o salário dos servidores e a defesa das universidades públicas e gratuitas. “O corte de verbas é um dos aspectos da política do governo. O vexatório arrocho salarial que a gente passa produziu uma queda fenomenal do nosso nível de vida. O ataque do governo ao serviço público, à universidade pública é constante. Nós vamos somar forças para que a gente produza esses grandes atos e para que provoquem impacto no governo. Não está descartada a reversão desses cortes”.
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