A história dos 15 anos da UnBTV foi contada por parlamentares, gestores e profissionais de comunicação em sessão solene na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), presidida pelo deputado Fábio Felix (Psol), na noite desta segunda-feira (22). A jornalista e ex-diretora da emissora, Neuza Meller, que morreu em julho deste ano em decorrência da covid-19, foi lembrada nos vídeos exibidos e nas falas dos convidados.
“Mesmo abalada por perdas como a da querida e competente Neuza, a Universidade de Brasília não parou durante a pandemia. As dificuldades orçamentárias também não nos impediram de oferecer à sociedade a pesquisa, o ensino e a extensão de excelência e com enorme compromisso social", afirmou a reitora da UnB, Márcia Abrahão. "A UnBTV tem sido fundamental, se reinventou durante a pandemia e cresceu muito em visibilidade e qualidade da programação. Desejo que continue fazendo comunicação pública, democrática e inclusiva, que é o legado dos nossos fundadores.”
O deputado Fábio Félix, autor da homenagem e ex-aluno da UnB, ressaltou a importância da emissora para a comunicação pública e como forma de resistência para uma comunicação plural e diversa. “Quando a gente fala de comunicação corporativa e privada, é importante que a população do Distrito Federal tenha ciência que há uma limitação sobre as verdades que são ditas nos veículos de comunicação privados. Isso pede uma democratização da comunicação”, disse. Ele ressaltou que a UnBTV é parte de uma universidade aberta, plural e que produz conhecimento cotidianamente, além das salas de aula.
Os 15 anos da UnBTV não acompanham os quase 60 anos da Universidade de Brasília. Essa diferença geracional foi destacada pelo diretor da televisão, Rafael Villas Bôas, que lembrou os 35 anos do Centro de Produção Cultural e Educativa (CPCE) da UnB. “Não é possível explicar que a televisão da Universidade tenha um quarto de tempo a menos sem citar o advento da ditadura, que cerceou as vozes e bloqueou a infraestrutura de comunicação pública no país, enquanto emissoras privadas receberam um grande apoio do governo militar para instalação do seu parque tecnológico”, relembrou. A primeira transmissão da UnBTV foi em 2006, pelo Canal 15 da NET.
Nos últimos seis meses, a UnBTV passou a produzir 60% de seu conteúdo. Antes, a televisão produzia 40% e importava o restante da programação. Seu canal no YouTube saltou para quase 60 mil inscritos, atingiu o tamanho da comunidade universitária (estudantes, técnicos e docentes). Os próximos passos incluem um projeto de extensão Escola de Formação da UnBTV – com oferta de cursos em formação audiovisual e capacitação técnica para toda a sociedade –, parcerias com as televisões públicas de outros países, como Argentina, Portugal, Angola e Alemanha, a ampliação da cobertura do DF e a consolidação dos polos da televisão nos campi da UnB.
NEUZA MELLER – O trabalho da jornalista Neuza Meller, que dirigiu a UnBTV por dez anos e, mais recentemente, coordenou a equipe de Relações Institucionais, foi homenageado. “A Neuza vai estar sempre conosco e a luta dela será sempre a nossa luta. A comunicação no Brasil é muito restritiva e a legislação, pouco inclusiva”, lamentou o diretor da UnBTV. Em cerimônia no Senado Federal, na comemoração dos dez anos da UnBTV, Neuza Meller defendeu que a emissora deveria estar em canal aberto.
Entre os convidados presentes, estavam a deputada Federal Erika Kokay (PT-DF); a presidente da Associação Brasileira de Comunicação Pública, Cláudia Lemos; o representante da TV Comunitária de Brasília, Agostinho Reis; o chefe substituto da Divisão TV e Rádio Legislativa da CLDF, Flávio Corrêa; o representante da Faculdade de Comunicação da UnB, Elton Bruno.
Confira a cerimônia na Câmara Legislativa do DF:
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