Para elucidar questões referentes à minuta de resolução que propõe modernizar a gestão dos imóveis residenciais da Universidade de Brasília com a criação de Associação de Compossuidores – uma modalidade de condomínio residencial –, a reitora Márcia Abrahão convidou os servidores moradores dos prédios para reunião na última quinta-feira (18), no anfiteatro 9. A minuta está em discussão no Conselho de Administração (CAD), com parecer favorável do relator.
“Já são cinco anos de debate, como mostrei aqui na minha apresentação. Nós gostaríamos de trabalhar para que esse processo seja concluído. A decisão será tomada no Conselho de Administração. É uma forma de melhorarmos a gestão dos nossos imóveis, semelhantemente ao que ocorre em condomínios de edifícios residenciais”, disse a reitora, que propôs a composição de uma comissão para sugerir eventuais propostas de melhorias ao documento que será votado no CAD.
Além da participação da administração superior, o grupo terá sete representantes dos blocos residenciais, um da Associação dos Docentes da UnB (ADUnB) e um do Sindicato dos Trabalhadores da Fundação Universidade de Brasília (Sintfub). Os nomes dos participantes devem ser encaminhados ao Gabinete da Reitora até amanhã, quinta-feira (25).
DEBATE – Mais de dez servidores falaram durante o encontro. A professora Daniela Garrossini, vice-presidente da ADUnB e representante do bloco D da Colina, disse que enviou ao gabinete lista com os problemas estruturais dos blocos. “Se eles estivessem em perfeito estado, era possível conversar sobre a minuta tranquilamente.” Para ela, é necessário que haja mais diálogo sobre o tema antes da votação no CAD.
O professor Edgar Bione comentou que vivenciou duas realidades distintas. Morou em apartamento que se encontrava em excelentes condições na quadra 214 da Asa Norte e agora reside na Colina, onde o prédio tem vazamentos e problemas ainda relevantes, apesar de recente manutenção.
Com relação às despesas relacionadas a obras estruturais, a reitora explicou que, conforme consta no documento da minuta, são de inteira responsabilidade da Universidade, bem como a modernização de elevadores. “A UnB é a proprietária dos imóveis. Os compossuidores apenas terão mais autonomia de gestão e vão ficar responsáveis pelas despesas que já arcam hoje: água, luz, zeladoria, pequenos reparos e serviços.”
A professora da Faculdade de Tecnologia (FT) Aida Fadel lembrou que foi uma das docentes a pedir a criação do grupo de compossuidores porque ele daria transparência aos serviços prestados e diminuiria os custos. “A professora Márcia foi nos prédios e conversou com a gente, sim. A gente quer discutir a criação de uma associação, mas depois de fazermos as manutenções dos prédios.”
HISTÓRICO – A reitora fez uma apresentação com o histórico do debate na UnB e sobre os benefícios para os moradores e para a Universidade com a aprovação da resolução. Ela relembrou que a organização dos moradores em formato semelhante aos condomínios de prédios residenciais é demanda antiga dos servidores que residem em imóveis da UnB. Data, pelo menos, de audiência pública realizada em 2013. Em 2016, quando disputava a eleição para a Reitoria, Márcia Abrahão recebeu a mesma demanda desses servidores. “Os moradores queriam mais autonomia para realizar a gestão e maior transparência com relação aos gastos”, exemplificou.
A partir de 2017, começaram estudos para definir um modelo de associação, além de reuniões entre gestão e representantes dos prédios. Em 2018, a reitora apresentou a primeira proposta desta mudança de gestão. Em 2019, a administração superior fez nova conversa sobre o tema. Ainda em 2019, algumas propostas de prédios que seriam os pilotos da nova modalidade de gestão foram discutidas com os representantes. Com a pandemia, o assunto não avançou.
Em 2022, a reitora voltou a discutir o tema com os representantes dos blocos, em reunião realizada em fevereiro. Foi apresentada uma proposta de resolução, que recebeu sugestões dos representantes. Entre as solicitações, por exemplo, foi incluída na minuta a possibilidade de pagamento de pró-labore aos representantes de blocos, desde que aprovada pelos moradores do prédio.
Após a reunião, a proposta modificada foi encaminhada aos representantes para discussão com os moradores e encaminhamento de sugestões. Uma resposta conjunta de 21 representantes foi enviada: 14 votos contra a proposta e sete votos a favor de debate ampliado sobre a política de moradia funcional da UnB.
Com isso, a minuta seguiu os trâmites administrativos da Universidade, com análise pelo Conselho Diretor e encaminhamento para a deliberação no CAD, onde se encontra com voto favorável à aprovação.
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