EM TEMPOS DE COVID-19

Dados foram coletados para construção de um panorama sobre as condições de desempenho das atividades dos profissionais da categoria

Com papel importante no enfrentamento à covid-19, os psicólogos precisaram adaptar as rotinas para lidar com as adversidades do momento. Imagem: Freepik

 

A pandemia de covid-19 vem se estendendo e suas consequências para a população no âmbito da saúde são diversas – de questões físicas a emocionais. Diante deste cenário, os psicólogos têm desempenhado papel de destaque para auxiliar no enfrentamento aos agravos, mas também têm sentido os efeitos da situação epidemiológica no cotidiano profissional.

 

O projeto Impactos da pandemia de coronavírus para a psicologia nas políticas públicas, desenvolvido por pesquisadores do Instituto de Psicologia (IP) da Universidade de Brasília, busca compreender quais têm sido as implicações da pandemia sobre o trabalho de psicólogos(as) que atuam nas diferentes políticas públicas setoriais, além de conhecer a realidade do trabalho da categoria no atual período.

 

A iniciativa é coordenada pelo professor Pedro Henrique Antunes da Costa, do Departamento de Psicologia Clínica (PCL/IP), e tem o envolvimento de cinco discentes da graduação em Psicologia da UnB.

 

Com um importante papel nas políticas públicas e no combate à covid-19, os profissionais de psicologia precisaram se reorganizar para que fosse possível lidar com as necessidades de trabalho evidenciadas neste período. Devido às bruscas mudanças nas rotinas, tanto da população em geral como desses trabalhadores, a preocupação com a saúde mental precisou ser reforçada.

 

Tendo em vista essas questões, os integrantes do projeto levantaram, em estudo de caráter exploratório-descritivo, dados sobre as condições de trabalho de psicólogos nos segmentos de saúde, assistência social, educação, sistema prisional, medidas socioeducativas e justiça. 

 

As informações foram coletadas por meio de questionário on-line aplicado com profissionais de todo o país. Até o momento, os dados analisados possibilitaram a construção de um panorama preliminar sobre as atividades mais demandadas no trabalho de psicólogos durante a pandemia e as implicações do atual quadro sanitário no dia a dia.

Professor Pedro da Costa, coordenador do projeto, acredita que a iniciativa contribui para reforçar a defesa de políticas públicas nas quais os psicólogos atuam. Foto: Arquivo Pessoal

 

DIAGNÓSTICO INICIAL – Segundo o coordenador da pesquisa, as principais dificuldades percebidas foram a alteração da rotina; impossibilidade ou restrição de atendimento presencial; grande volume de trabalho e sobrecarga; receios de usuários dos serviços e da equipe de profissionais; e carências estruturais intensificadas com a pandemia, como a insuficiência ou ausência de equipamentos para trabalho.

 

A pesquisa também identificou as potencialidades da atuação da classe no atual momento. O professor Pedro Henrique Costa destaca que versam sobre a utilização de recursos dispostos, que às vezes são precários, e além disso, a movimentação de profissionais que buscam por atualização e capacitação.

 

“Em suma, temos o recrudescimento das mazelas e dos antagonismo sociais estruturais de nossa sociedade, que se expressam nas políticas públicas, e a intensificação da precarização objetiva e subjetiva da vida. A partir disso, reforça-se ainda mais a defesa das políticas sociais junto à importância da psicologia nelas”, reforça.

 

É esperado, principalmente, que a pesquisa possa colaborar no diagnóstico do trabalho de psicólogos nas políticas públicas neste contexto de pandemia, além de subsidiar debates relacionados à psicologia e políticas públicas, de forma a contribuir para o fortalecimento da atuação destes profissionais.

 

Importante destacar que, para que os serviços de saúde, assistência social, entre outros, possam ser oferecidos da melhor forma possível, é de interesse que psicólogos estejam saudáveis fisicamente e mentalmente. E quem cuida da saúde mental desses profissionais é um questionamento que está presente entre quem não trabalha no meio.

 

“Deve haver, no próprio bojo das políticas públicas, uma rede de suporte aos profissionais, não apenas os(as) psicólogos(as). Além disso, conforme os resultados preliminares indicam, as principais formas de cuidado à saúde mental destes profissionais referem-se a melhores condições de trabalho: realização de concursos, com estabilidade e melhores salários; aprimoramento da infraestrutura; fornecimento de insumos; ampliação e potencialização dos serviços e redes, diminuindo a demanda e a consequente sobrecarga", avalia o coordenador da pesquisa Pedro da Costa.

 

Para o professor, os cuidados com o bem-estar destes profissionais e a valorização de seu trabalho perpassam o fortalecimento e fomento às políticas públicas na área da saúde, com a defesa do Sistema Único de Saúde (SUS), do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), e da educação, desde o ensino básico até o superior. 

 

FINANCIAMENTO – O projeto foi contemplado com o valor de R$ 8 mil em edital do Comitê de Pesquisa, Inovação e Extensão de combate à covid-19 (Copei) e dos decanatos de Pesquisa e Inovação (DPI) e de Extensão (DEX). A verba já foi repassada à equipe.

 

Para viabilizar apoio a projetos de pesquisa, extensão e inovação com foco no combate à covid-19, a Universidade dispõe de um fundo de arrecadação de doações, criado pelo Copei, em parceria com a Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos (Finatec).

 

É possível doar por meio de depósito bancário, boleto, cartão de crédito ou PayPal. Pessoas físicas e empresas podem contribuir acessando o link: https://www.finatec.org.br/doacaoprojetos/form. Para doar serviços, materiais ou equipamento, é preciso articular a ação junto ao DPI, pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..

 

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