Em seus 59 anos, a Universidade de Brasília nunca havia experimentado situação de saúde pública tão grave quanto a da pandemia de covid-19. Em 2020, o impacto decorrente da crise sanitária fez com que instituição precisasse se mobilizar rapidamente para conseguir se adequar às necessidades e cuidados ensejados pelo momento.
Desde o início das notificações da covid-19 no mundo, a UnB começou a articular ações profiláticas para quando a pandemia começasse a se aproximar da comunidade universitária. Em março daquele ano, quando o Brasil teve seus primeiros registros de infectados, a instituição já monitorava casos suspeitos e confirmados da doença. Foi a partir dessa constante vigilância por parte da Universidade que foi criado Comitê Gestor do Plano de Contingência da Covid-19 (Coes). O comitê promove ações, orienta e presta consultoria relacionada à covid-19 de maneira sistematizada.
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Ainda em fevereiro de 2020, a instância auxiliou na elaboração do Plano de Contingência da UnB, para enfrentamento à pandemia. Neste, foram divulgadas recomendações de prevenção e orientações para toda comunidade acadêmica. Pensando no planejamento da Universidade neste cenário, outro documento foi fundamental para direcionar as decisões institucionais e assegurar o andamento das atividades acadêmicas de forma segura, enquanto a pandemia perdura. Trata-se do Plano Geral de Retomada das Atividades, formulado Comitê de Coordenação de Acompanhamento das Ações de Recuperação (Ccar), instância constituída para pensar a retomada.
O documento tem como objetivo garantir o adequado funcionamento da instituição, levando em conta as orientações de biossegurança determinadas pelas autoridades e organismos de saúde nacionais e internacionais e pelo Coes. Nesta matéria, conheça mais sobre o Plano Geral de Retomada e entenda como a UnB, que neste 21 de abril chega a quase seis décadas, mantém-se atuante para dar soluções às atuais problemáticas e zelosa com sua comunidade.
PLANO DE RETOMADA – Com o avanço da covid-19 no Brasil, ficou evidente que a pandemia acompanharia a população por tempo indeterminado. Por medida de segurança, o calendário acadêmico foi suspenso em março de 2020 e retomado em agosto daquele ano de forma remota. Diante da situação epidemiológica, uma futura volta à presencialidade de forma segura tornou-se preocupação para a instituição, o que motivou a elaboração do plano.
“Foi necessário que a Universidade se organizasse para ter um plano de retomada, como um documento norteador, e construísse um roteiro para levar a instituição do momento atual, de incidência grave da epidemia, a um momento de superação”, destaca Enrique Huelva, vice-reitor e presidente do Ccar.
O documento está dividido em cinco etapas – de zero a quatro – e tem a intenção de promover retorno gradual da rotina presencial. No momento, a instituição encontra-se na etapa um, que preceitua a continuidade das atividades administrativas e de ensino, pesquisa e extensão de forma remota, bem como o planejamento para o início da próxima. A ideia é que, observando o cenário epidemiológico, a Universidade possa regredir ou progredir nas etapas.
Identificando-se uma situação menos grave, a comunidade acadêmica progride para as etapas seguintes: início da retomada gradual presencial das demais atividades administrativas; a continuidade das atividades administrativas essenciais presencialmente; retomada gradual presencial das demais atividades administrativas ainda executadas de forma remota; e, por fim, a retomada completa das atividades administrativas e acadêmicas no formato presencial.
“O plano prevê desde o seu início que a evolução da epidemia pode nos levar a uma agravamento da situação e voltar a um grau menor de presencialidade. Então essa flexibilidade de progredir ou regredir nas etapas foi importante na elaboração da estrutura do plano”, menciona o vice-reitor.
A decisão sobre regredir ou progredir sempre terá como base a avaliação científica e técnica por parte do Coes e de critérios científicos estabelecidos por organizações de saúde, tanto nacionais quanto internacionais. O plano também estabelece um conjunto de responsabilidades coletivas e individuais. “Elas são um elemento importante para conscientizar e mostrar a todos que é uma tarefa coletiva. A retomada será segura e irá observar todos os critérios e orientações de biossegurança”, afirma.
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Enrique Huelva ressalta que o plano e o documento de biossegurança são de leitura obrigatória a todos os membros da comunidade acadêmica. “É importantíssimo, porque os dois orientam com relação ao funcionamento [da UnB] e às medidas de biossegurança, que nós devemos observar como instituição e como indivíduos”, pontua.
O vice-reitor conclui afirmando, ainda, que "é de responsabilidade de cada membro da comunidade da UnB acompanhar as decisões, normas, diretrizes e orientações feitas pela Universidade, em relação à evolução da epidemia, à execução das atividades acadêmicas, administrativas e de gestão e para o retorno ao formato presencial".
PREPARAÇÃO DAS UNIDADES – Dando sequência aos passos para a recuperação e mostrando que na Universidade as ações são pensadas de forma articulada, o Conselho de Administração (CAD) determinou que as unidades administrativas e acadêmicas dessem início à elaboração de planos de contingência locais. A ideia é que haja fortalecimento do preparo para quando as atividades presenciais possam começar a ser retomadas gradualmente.
Na reunião do Conselho que deliberou sobre o assunto, a reitora Márcia Abrahão lembrou que a elaboração dos planos é importante por ser uma atribuição administrativa, não dependente do Ccar. “Essa resolução surge de nossa grande preocupação com o fato de várias unidades não terem iniciado seu plano de contingência, apesar de várias circulares do Ccar", disse.
Para elaborar os planos locais, os gestores precisam observar o Plano de Contingência da UnB, o Plano Geral de Retomada das Atividades e o Guia de Recomendações de Biossegurança e utilizá-los de acordo com sua realidade.
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