No decorrer do mês de março, a Universidade de Brasília (UnB) e o Instituto Federal de Brasília (IFB) realizaram, em parceria, o Mês da Reflexão, com uma série de eventos em alusão ao Mês da Mulher. Com o tema Mulheres no contexto da Pandemia: elas fazem a diferença, a programação incluiu atividades, como palestras, mesas-redondas e mostras de filmes, realizadas de maneira totalmente remota, pelos canais da UnBTV e da TV IFB no YouTube.
Somente o evento de abertura contou com mais de 1.600 visualizações. Grande parte da programação foi voltada a reflexões sobre a atuação das mulheres na ciência. Foram 35 atividades promovidas pela UnB, somadas a pouco mais de 30 realizadas pelo IFB. “Somos mais de 50% de mulheres na UnB, então é importante trazer esse olhar”, explicou Roberta Cantarela, coordenadora das Mulheres da Diretoria da Diversidade (Codim/DIV/DAC).
As pautas também envolviam combate ao assédio; presença das mulheres em áreas majoritariamente masculinas; atuação em projetos de extensão na pandemia; saúde das mulheres, feminicídio e a crise sanitária; trabalho e ensino remoto; entre outros assuntos. A valorização da participação feminina no meio acadêmico foi destacada por convidadas da UnB, IFB, da Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal (SEEDF), da Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAP-DF) e de outras instituições.
Para Roberta Cantarela, trazer à tona a realidade de mulheres acadêmicas na pandemia do novo coronavírus – em especial daquelas que são mães – foi parte importante do Mês da Reflexão. “O espaço dessa mulher acadêmica que traz consigo a responsabilidade de ser mãe deve ser respeitado. A pandemia só aflorou mais essa questão", avalia.
O tema da maternidade foi, inclusive, abordado em exposição artística exibida pelo canal da UnBTV no YouTube. Outro destaque da programação foi a palestra ministrada pela professora Débora Diniz, da Faculdade de Direito (FD), com mais de 500 visualizações pelo YouTube. Ela falou sobre ciência e o feminismo na universidade, abordando a importância do movimento encabeçado por mulheres na academia e para problematizações sobre a sociedade.
Reitoras de universidades do Brasil, de Cabo Verde e da Argentina estiveram reunidas em uma das ações do Mês da Reflexão. As gestoras compartilharam as experiências e os desafios como mulheres em cargos de comando. Representando a UnB, a reitora Márcia Abrahão relatou os passos dados em seus mandatos para garantir a maior participação feminina em espaços de tomada de decisão.
MODELO REMOTO – Pela primeira vez, os eventos da UnB comemorativos do Mês da Mulher foram realizados de maneira remota. Roberta Cantarela afirma que a instantaneidade das interações pelo chat na transmissão dos eventos e a possibilidade de mantê-las registradas na plataforma é um lado positivo de lidar com o novo formato.
“O interessante de você passar toda a programação no canal da UnBTV e deixar o chat aberto na hora das atividades é que faz com que tenhamos uma resposta da comunidade já de imediato, sabendo como ela responde às falas e às questões levantadas”, avalia.
Ao comentar a parceria entre instituições, Roberta Cantarela considera que o Instituto Federal de Brasília tem um perfil diferente daquele da Universidade. "No entanto, quanto à questão de ensino, pesquisa e extensão, temos os mesmos objetivos. E dentro da luta pela equidade entre homens e mulheres, a gente consegue trabalhar em conjunto.”
Para a professora Cristiane Salgado, que já foi pró-reitora de Extensão e Cultura do IFB, a colaboração entre as duas instituições foi emocionante e simbólica. "Tivemos uma programação riquíssima”, afirma. A docente acredita ainda que o Mês da Reflexão foi apenas o começo: “Demos um pontapé inicial para afinar, cada vez mais, essa parceria”.
CINEMA – A UnBTV realizou, entre os dias 8 e 12 de março, a Mostra 8M. Nela, curtas e longas-metragens abordaram temáticas relacionadas às vivências femininas. As sessões contaram com reprises de 15 a 19 de março e exibição extra no dia 24. Filhas de Lavadeiras, de Edileuza Penha, obra vencedora na categoria de Melhor Curta-Documentário no festival É Tudo Verdade 2020, foi um dos curtas exibidos como parte da programação.
Outro filme exibido foi o documentário Sem hora para chegar: a busca pelo parto humanizado no DF. Produzido pela equipe da UnBTV, com roteiro e direção da jornalista Bárbara Arato, o filme relata desafios e benefícios de um parto que respeite o ritmo da mulher e do bebê. Nele, é possível ver a questão pelo ponto de vista de mães, pais e profissionais envolvidos na atenção obstétrica.
As mídias seguem disponíveis para o público, e os links de acesso podem ser encontrados no fim da programação do Mês da Reflexão.
ELAS FAZEM A DIFERENÇA – A Secretaria de Comunicação (Secom) da UnB também publicou, ao longo do Mês da Mulher, uma série de matérias para homenagear aquelas que contribuem para fortalecer o ensino, a pesquisa, a extensão e a gestão da instituição durante a pandemia de covid-19. Além disso, foi ao ar matéria mostrando a atuação das mulheres que seguem no trabalho presencial e contribuem para a manutenção dos campi da Universidade nesse momento em que não é possível a retomada integral das atividades presenciais.
ARTIGOS – Também como parte das comemorações do mês dedicado às mulheres, 12 artigos de opinião escritos por professoras e pesquisadoras da Universidade foram publicados, até o final de março, no portal da instituição. Os textos dão projeção a assuntos que perpassam as vivências e as lutas das mulheres na atualidade e tiveram mais de 4.300 acessos. Entre os temas abordados, estão a disparidade de gênero no meio científico e a participação das mulheres na construção de Brasília.
Confira vídeo sobre a presença das mulheres na UnB:
*estagiária de Jornalismo na Secom/UnB
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