Com a chegada da pandemia do novo coronavírus, os processos de interação social precisaram ser reinventados. Nesse contexto, onde e como fica o espaço reservado para a arte e a cultura, que têm, além do tradicional papel de entretenimento, o significado da construção de redes de solidariedade? É partir desta indagação que a Universidade de Brasília dá seguimento ao ciclo de debates O futuro em tempos de pandemia: vida, sociedade e ciência, convidando para trazer pontos de vista complementares os pensadores Givânia da Silva e Pablo Tiaraju. A sexta edição, que teve como temática Arte, Cultura e Solidariedade para (re)Existir, desde sempre, foi transmitida pelo canal da UnBTV no YouTube, na última quinta-feira (22).
PARTICIPANTES – Oriunda do quilombo Conceição da Crioulas, em Pernambuco, Givânia da Silva é professora da Faculdade UnB Planaltina (FUP), cofundadora da Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq) e doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Sociologia (PPGSol/UnB). A pesquisadora investiga temas relacionados à questão quilombola, em especial educação escolar, organização de mulheres e questões territoriais.
Doutor em Sociologia Cultural, Tiaraju Pablo é professor do Instituto Cidades, no Campus da Zona Leste de São Paulo da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e coordenador do Centro de Estudos Periféricos daquela universidade. Músico, ele organiza batucadas populares com movimentos sociais. Oriundo da Zona Leste de São Paulo, uma periferia da cidade, o pesquisador pensa, a partir deste pertencimento, as práticas e dinâmicas sociais que envolvem essas manifestações culturais.
Para Tiaraju, periferias são o local de encontro de culturas. O palestrante também salienta o papel da resistência e dos movimentos na construção da cultura e das redes de solidariedade que funcionaram para o cuidado.
Em sua fala, Givânia ressalta o papel das redes de solidariedade capitaneadas por mulheres quilombolas, que, com a pandemia, são ainda mais fundamentais para tentar contornar o agravamento da falta de políticas públicas para os quilombos. "São as mulheres, em sua grande maioria, que guardam, cultivam e mantêm os saberes ancestrais, que, nesse momento de pandemia, têm sido muito importantes", diz.
Em diálogo, Tiaraju Pablo acrescenta que "nas periferias, existe um saber ancestral que tem a solidariedade, a partilha e o viver em comunidade como sendo uma de suas principais expressões". Ele relata que, em razão da pandemia, muita coisa se reorganizou, havendo identificação do que era mais essencial no momento de emergência em saúde pública.
"Em 2020 vivemos muitas angústias, muito difícil lidar com o novo e o desconhecido", pondera Tiaraju. Ele lembrou ainda a importância de ações para organizar a população para que ela se cuide e que demande do poder público o cumprimento de suas obrigações. "Só as redes de solidariedade infelizmente não resolvem, mas é importante que a população se organize", conclui.
Confira aqui íntegra do webinário:
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