DIÁLOGO

Documento lista 20 pontos sobre assistência estudantil. Administração questionou parte das afirmações e comprometeu-se a construir, coletivamente, política institucional para a área

Reitoria propõe a consolidação de política institucional integrada construída pela equipe da Diretoria de Desenvolvimento Social (DDS/DAC) junto ao Fórum Estudantil. Imagem: Reprodução

 

A administração da Universidade de Brasília reuniu-se, na manhã desta quarta-feira (10), com representantes do Diretório Central dos Estudantes Honestino Guimarães (DCE) e de outros grupos discentes para discutir a assistência estudantil. Os estudantes apresentaram uma carta de reivindicações com 20 pontos. A Reitoria questionou parte das afirmações contidas no documento, esclareceu dúvidas e comprometeu-se a buscar soluções para outros apontamentos, por meio da consolidação de uma política institucional para a assistência estudantil.

 

"Uma das nossas principais metas é a construção de uma política integrada da assistência estudantil, com a participação de todos, para ser levada à CAC [Câmara de Assuntos Comunitários] e depois aos colegiados superiores", disse o decano de Assuntos Comunitários, Ileno Izídio da Costa. A proposta é que a política seja construída pela equipe da Diretoria de Desenvolvimento Social (DDS) junto ao Fórum Estudantil.

 

Uma das reclamações trazidas pelos estudantes diz respeito à recente exigência de recadastramento dos beneficiários dos programas da assistência, por conta da implementação do Sistema Integrado de Gestão Acadêmica (SIGAA). "Muitos estudantes têm dificuldades de obter alguns dos documentos exigidos. Passar por isso todos os semestres pode ser desgastante e é desnecessário", argumentou a estudante Flavia Fernandes de Morais.

 

A reitora Márcia Abrahão afirmou que a construção da política de assistência estudantil virá para equalizar questões como essa. "O sistema tem que estar de acordo com a política institucional, e não o contrário. Mas é importante deixar claro que o SIGAA trouxe muito mais transparência à gestão dos dados de toda Universidade e isso é bom para todos", defendeu. "Estamos sensíveis a essas necessidades e vamos dar respostas às demandas na medida do possível, como já estamos fazendo em outros setores", disse.

 

ALIMENTAÇÃO – Entre os pontos trazidos pelos estudantes e questionados pela Reitoria, está o auxílio alimentação emergencial. A carta traz como demanda o pagamento do benefício referente a janeiro em fevereiro, entretanto, a quantidade de parcelas já estava estabelecida nos editais publicados pela DDS. O assunto também foi debatido em reuniões do Fórum Estudantil.

 

"É preciso lembrar que esse auxílio não é uma bolsa de assistência estudantil como as outras. É um auxílio criado em decorrência do fechamento do Restaurante Universitário. Estamos entregando as marmitas para os moradores das casas do estudante e aguardando o resultado da nova seleção, para definir os beneficiários deste semestre", contextualizou a reitora. O edital teve 2.862 inscritos e a previsão é que o resultado seja divulgado na próxima sexta-feira, 12 de fevereiro.

 

Os estudantes também reivindicam a priorização do orçamento da Universidade para a assistência estudantil e o "enfrentamento público ao Governo Bolsonaro e sua política de destruição do ensino superior público em conjunto com o movimento estudantil." "Seria importante que a Universidade não fosse apenas gestora da crise, mas que fosse à público pressionar para reverter esse cenário, que é muito difícil", disse o estudante Victor Caique, que integra a coordenação do DCE.

 

DEFESA – A reitora lembrou de toda a atuação institucional feita em defesa da Universidade e da recomposição orçamentária. Mencionou recente entrevista dada à imprensa sobre o assunto e a interlocução com a bancada do Distrito Federal no Congresso Nacional. "A deputada Flávia Arruda, que é do DF, acabou de ser eleita para a presidência da Comissão Mista de Orçamento da Câmara dos Deputados. Temos um excelente diálogo com ela, que é bastante sensível às questões da Universidade. Vocês, como movimento estudantil organizado, também podem se aproximar", disse.

 

Márcia explicou, ainda, que a Administração trata assistência estudantil de maneira prioritária – inclusive, na destinação do financeiro para o pagamento de bolsas como medida mais urgente, a cada mês. Destacou, porém, que, caso toda a demanda fosse atendida, a UnB não teria recursos para o pagamento de despesas básicas, como água, luz e internet, e para investimentos nas faculdades e institutos e em bolsas acadêmicas (de extensão, de iniciação científica, etc.).

 

Devemos ter consciência da atual situação e de nossas finalidades estatutárias, de ensino, pesquisa e extensão. Sabemos que o pós-pandemia virá com um empobrecimento da sociedade e isso tem reflexos para nós, entretanto, não podemos deixar de lado nossa razão de existir", ponderou. Além dela e do decano Ileno, participaram da conversa o chefe de Gabinete, Paulo Cesar Marques, e o assessor especial da Reitoria, Benny Schvarsberg.

 

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