Estudantes do Departamento de Enfermagem (ENF) da Universidade de Brasília realizaram uma intervenção junto à Escola Classe 02 do Itapoã para incentivar a vacinação de alunos e familiares contra a covid-19. O Programa Saúde na Escola (PSE) identificou, na região administrativa do Distrito Federal, resistência vacinal por motivos de desinformação e medo.
“A vacinação infantil estava permeada de dúvidas por parte dos escolares e o projeto auxiliou a oferecer informação baseada em evidências para as crianças e tratá-las como sujeitos e produtoras de uma cultura que valorize a ciência”, relata Leides Barroso, professora do ENF e líder do projeto de extensão junto ao Itapoã.
PSE – O Programa Saúde na Escola é uma iniciativa do Ministério da Educação com o Ministério da Saúde que visa articular a promoção da saúde nas escolas. O público beneficiário do PSE são os estudantes da educação básica, gestores e profissionais de educação e saúde, comunidade escolar e, de forma mais amplificada, estudantes da Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica e da Educação de Jovens e Adultos (EJA).
METODOLOGIA – A intervenção ocorreu em quatro encontros, promovidos entre março e abril deste ano, onde foram garantidos o espaço de fala e inventividade das crianças, além da ludicidade ao longo do desenvolvimento das atividades.
Brincadeiras como covid-quente (variação da batatinha-quente) e o pega-covid (variação do pique-pega) foram realizadas para testar e reforçar o conhecimento dos alunos sobre a temática, além de esclarecer possíveis dúvidas.
"Além disso, havia atividade de ‘pesquisa’ das crianças por meio de leitura de materiais, entrevistas com os familiares, discussão de vídeos e participação nos serious games ajustados para a ensinagem da história natural do covid-19, da vacina e da promoção da saúde comunitária”, relembra Leides Barroso. Uma newsletter produzida pela equipe do projeto relata as ações desenvolvidas em cada encontro.
FORMAÇÃO – Hannah Gabrielle de Siqueira, estudante de Enfermagem que participou da ação, afirma que a experiência proporcionou a ela o desenvolvimento de habilidades de conexão entre teoria e prática, além de oratória e didática. “Estar junto à comunidade e escutar seus medos e suas crenças, buscar desmistificar as informações fornecidas pelos meios de comunicação e ver resultados positivos de melhora vacinal no público que trabalhamos foi muito gratificante. Ver na prática a criança se transformar em agente de mudança dentro da sua família e comunidade abriu portas para o meu entendimento da capacidade de cada indivíduo em relação à promoção de saúde.”
A estudante relata ainda que as crianças atendidas eram bastante esclarecidas sobre a temática da covid-19. “O nosso auxílio se deu mais em manter a problemática como assunto principal e tirar dúvidas pontuais. Exemplo: perguntamos a elas como poderiam resolver o problema da falta de vacinação no Itapoã. E elas às vezes falavam coisas relacionadas à medidas de higiene e isolamento, que não eram o foco da atividade. Então, a gente encaminhava novamente [as discussões] às ações voltadas para o aumento da vacina.”
INTEGRAÇÃO – A coordenadora da Escola Classe 02 do Itapoã, Danniele Ribeiro Pereira, afirma que a parceria entre escola pública e UnB gerou muitos benefícios para a comunidade local, como “a troca de saberes entre os estudantes, professores e alunos participantes”, “o conhecimento por parte dos estudantes de novas possibilidades de áreas de trabalho e formação” e “o sentimento de valorização por participar de atividades fora do seu cotidiano”. “São muitos os benefícios oriundos desta parceria, e torcemos para que haja muito mais e com várias temáticas”, expressa a coordenadora.
*estagiário de Jornalismo na Secom/UnB.
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