ARTICULAÇÃO

Evento integrou extensionistas do DF e Entorno, e gerou demandas e propostas para 2023

Martinha do Coco faz apresentação cultural no I Fórum Sociocultural da Rede de Polos de Extensão. Foto: Luis Henrique/DEX

 

Fechando o ano de 2022, o Decanato de Extensão da Universidade de Brasília (DEX/UnB) promoveu um evento para reunir os extensionistas que desenvolvem projetos nos cinco Polos de Extensão da UnB no DF e Entorno. Mais de 150 professores, estudantes, artistas e líderes comunitários participaram do I Fórum Sociocultural da Rede de Polos de Extensão, que aconteceu na última quinta-feira (15), no Auditório da Faculdade de Ciências da Saúde.

 

O Fórum foi um espaço para troca de experiências entre os projetos participantes dos Polos de Extensão e membros das comunidades local e acadêmica a respeito dos 61 projetos realizados nos territórios ao longo do ano.

 

“Esse momento serve para gente se conhecer, colocar a Universidade em posição de escuta”, explicou Rogério Ferreira, diretor de Desenvolvimento e Integração Social do DEX. “É para valorizar cada território e colocar todos nós em diálogo, para construir uma política de criar projetos referenciados pela sociedade”.

 

Decana de Extensão da UnB, Olgamir Amancia falou sobre os cinco fóruns regionais que aproximaram Universidade e sociedade ao longo do ano. “Cada um fez o debate, e agora temos oportunidade de estar junto com todos para conversar”, disse.

 

DIÁLOGO – Com muita animação, o evento contou com apresentações culturais de artistas ligados a cada Polo, como a mestra de cultura popular Martinha do Coco, do Paranoá, e a banda Nação Mangangá, com forte atuação no Recanto das Emas.

 

O produtor cultural Bernardo Antônio de Barros, que faz parte do coletivo Rede 3 Cultura e Saúde, disse que o Polo de Extensão tornou a UnB mais acessível. “O poder público às vezes impede acesso aos espaços culturais, e aí a UnB nos chamou com uma nova visão de extensão”, disse. “É meio ambiente, educação e cultura no Recanto das Emas. Um espaço muito poderoso de conversa com a comunidade. Vamos potencializar isso.”

 

O diálogo entre diferentes projetos dos cinco Polos deu forma ao Fórum, que teve formação de Grupos de Trabalho temáticos para debate das demandas territoriais: Educação, Cultura e Arte; Saúde e Qualidade de Vida; Direitos Humanos, Gênero e Raça; Meio Ambiente, Sustentabilidade e Agroecologia; e Turismo, Esporte, Gestão de Território e Habitação.

 

Antes da formação dos GTs, a professora Sílvia Ribeiro, que coordena a Rede de Polos de Extensão da UnB (Repe), pediu participação ativa de todos os extensionistas. “Que vocês possam trazer sua identidade para que a gente possa construir uma sociedade melhor”, disse.

 

Os GTs resultaram em várias demandas e propostas que serão utilizadas para o planejamento dos próximos passos da Repe, inclusive no edital de 2023. Pedidos por espaços físicos para atividades comunitárias, ênfase da formação e a criação de fóruns interregionais a partir de demandas específicas.

Elizabeth Mamede (ao centro, com microfone) salientou intenção do Repe de desenvolver projetos em diálogo com as comunidades quilombolas e criticou falta de vínculo e compromisso de alguns pesquisadores com estes territórios em seus estudos. Foto: Luis Henrique/DEX

 

Coordenadora do Polo Kalunga, a professora Elizabeth Mamede, da Faculdade UnB Planaltina, criticou a forma como a pesquisa sobre gênero, raça e povos originários é muitas vezes desenvolvida na UnB. “Um recado desse grupo para UnB: não queremos que invadam nosso espaço, nos usem como objeto de estudo, e vão embora”, afirmou. “Desde o início, a proposta da Repe é diferente.”

 

Militante histórica do Paranoá, a professora aposentada Maria de Lourdes Pereira falou novamente sobre uma das principais demandas da comunidade do Paranoá e do Itapoã: a criação do campus UnB Paranoá. “Queremos nosso espaço. Trabalhos já temos, muitos grupos fazendo, mas a comunicação é ineficiente e eles ficam espalhados”, lamentou. “Queremos oportunidade de nos unir para fortalecer ainda mais nossa comunidade.”

 

REPE – A partir da perspectiva de expansão territorial da Universidade, surgiu a Rede de Polos de Extensão (Repe), oficializada em abril de 2022. A resolução, aprovada pela Câmara de Extensão (CEX), estabelece a Repe como um Programa de Ação Contínua gerido pelo DEX. A ideia é integrar projetos que já são realizados e estimular a criação de novas propostas. Hoje, 61 projetos atuam nos cinco Polos de Extensão. A Rede deve integrar ações interdisciplinares de extensão, articulada com ensino e pesquisa.

 

A UnB tem Polos de Extensão na Cidade Estrutural, Recanto das Emas, Paranoá/Itapoã, território Kalunga (que está nos municípios de Cavalcante, Teresina de Goiás e Monte Alegre, em Goiás) e Chapada dos Veadeiros (em Alto Paraíso, Goiás).

 

No dia 6 de janeiro de 2023, o DEX vai publicar os novos editais para programas e projetos de extensão, incluindo edital para a Rede de Polos.

 

Veja a reportagem da UnBTV sobre o evento:



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