Uma saudável competição entre a comunidade universitária. É como se define o primeiro Festival de Esportes Eletrônicos e Atividades Comunitárias (Feac) da Universidade de Brasília (UnB). O evento virtual, que se estende até 1º de outubro, engloba competições de jogos eletrônicos e modalidades artístico-acadêmicas, contabilizando 13 segmentos na programação.
“O objetivo do Feac é fomentar o esporte eletrônico e a expressão artística; fortalecer as organizações comunitárias, como os centros acadêmicos, por meio da representação; e proporcionar a integração da comunidade universitária”, descreve Cristiano Hoppe Navarro, técnico desportivo da Diretoria de Esporte e Atividades Comunitárias (Deac) e coordenador geral do Feac.
A iniciativa e organização geral partiu da Deac, uma das diretorias do Decanato de Assuntos Comunitários (DAC). As coordenações de Esporte e Lazer (CEL), de Arte e Cultura (CoAC) e de Organizações Comunitárias (COC) também participam e somam os esforços ao Diretório Central dos Estudantes (DCE), 18 Centros Acadêmicos, membros da comunidade universitária e clubes desportivos.
INTEGRAÇÃO – O Feac complementa a programação de boas-vindas aos ingressantes neste semestre. Puderam se inscrever estudantes de centros acadêmicos participantes do evento, de graduação ou de pós-graduação. Além disso, foi permitido o envolvimento, com algumas limitações, de discentes regulares de cursos que não contribuíram com os preparativos da modalidade, alunos especiais, egressos, além de servidores e docentes.
“É possível a participação de ex-alunos e também de equipes convidadas em determinadas modalidades coletivas, mas o foco é, sobretudo, na comunidade universitária, hoje com quase 55 mil pessoas, entre discentes, docentes e servidores”, destacou o coordenador geral do festival.
“Acredito ser um movimento importante contrariar a apatia e a fragmentação social reinantes no isolamento [social]”, observa Cristiano sobre o festival, que tem como lema Distantes, mas juntos. Ele observa que a Deac deve continuar a apoiar esportes eletrônicos e modalidades artístico-acadêmicas, que foram incluídas pela primeira vez nas olimpíadas universitárias este ano.
E-SPORTS – A organização do evento procurou incluir na programação atividades populares entre os mais diferentes segmentos da comunidade universitária. Assim, ganharam espaço jogos como League of Legends (LoL), em que criaturas fantásticas disputam um território, e FIFA 21, que simula partidas de futebol. Entre as 13 modalidades de e-sports, também teve espaço garantido para os clássicos, entre eles truco e xadrez.
Luana Pessoni, estudante do 8° semestre do curso de Biotecnologia, explica que a programação de recepção aos calouros previa modalidades esportivas. Devido à necessidade de isolamento social, a organização viu viabilidade em competição de jogos on-line. A decisão foi bem recebida pela comunidade.
Segundo Eduardo Franco Brandalise, discente do 5° período do curso de Biotecnologia, a competição de League of Legends recebeu a inscrição de 12 equipes. Além de Eduardo e Luana, outros membros do Centro Acadêmico de Biotecnologia (Cabit) e do Centro Acadêmico de Turismo (Catur) dividem a organização da modalidade.
“O LoL é uma modalidade que está sendo muito jogada atualmente, não só em campeonatos dentro da UnB como também fora. A gente está vendo que o LoL é um jogo que cresce bastante e sempre tem times dentro dos CAs [centros acadêmicos] dos cursos”, destaca Luana. A iniciativa segue um histórico de valorização aos e-sports nos Jogos Internos da Universidade de Brasília (JIUnBs).
Eduardo Brandalise revela que, com o resultado de cada modalidade e desempenho dos atletas, o Deac vislumbra descobrir novos talentos. Com isso, seria possível formar equipes para participarem, por exemplo, da Confederação Brasileira do Desporto Universitário (CBDU) e competirem representando a UnB contra outras universidades.
ARTES NA DISPUTA – Além das atividades esportivas, segmentos artístico-acadêmicos ganharam torneios próprios. Pedro Ivo Maia, estudante do 7º semestre de Artes Cênicas, decidiu participar do concurso de audiovisual com uma performance em vídeo que produziu para uma disciplina no último semestre.
“Foi muito instigante produzir o vídeo, ver o resultado e ter esse momento de compartilhar”, conta. Além de contribuir para aliviar a sobrecarga mental advinda do período de pandemia, Pedro considera que a iniciativa dá espaço e visibilidade para projetos e manifestações dentro da Universidade que “acabam ficando dentro da bolha”.
Discente do 3º semestre de Letras – Língua e Literatura Japonesa, Isabella Alves entrou na disputa nos segmentos de literatura e de dança. Os trabalhos englobam o conto Ela não viveu tão feliz para sempre, uma releitura do clássico A Pequena Sereia, e a performance da música Sour Candy.
“Eu decidi participar porque, com a pandemia, eu acabei não conseguindo me conectar muito com minha arte, escrita e dança”, pondera Isabella. É a primeira vez que participa de uma iniciativa do tipo, mas ela considera que veio em um momento oportuno. “Eu acredito que a arte ajuda tanto a distrair quanto a se expressar em relação a tudo que a gente está vivendo”, pensa a estudante.
“Esse é um momento muito delicado que estamos vivendo. Por mais que as coisas estejam se encaminhando [para a volta à normalidade], acontecer todo esse movimento na Universidade de estímulo à arte, às manifestações pessoais e expor nosso trabalho contribui para deixar esses tempos mais leves”, pensa Pedro Ivo.
*estagiário de Jornalismo na Secom/UnB.
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