ÓRGÃOS COLEGIADOS

Sugestão é que o próximo semestre letivo vá de 19 de julho a 19 de novembro. Conselheiros também tiveram acesso aos resultados da segunda pesquisa social

Proposta de calendário acadêmico para o ano letivo de 2021 deve ser discutida novamente na próxima reunião do Cepe, para deliberação. Imagem: Reprodução/UnBTV

 

O Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe) da Universidade de Brasília começou a discutir, em reunião nesta quinta-feira (4), a proposta de calendário acadêmico para o ano letivo de 2021. A proposição indica que o primeiro semestre de 2021 deva começar em 19 de julho e se estenda até 19 de novembro deste ano. O segundo semestre de 2021 começaria em 3 de janeiro e iria até 4 de maio de 2022. A proposta, agora, será levada para debate nas unidades acadêmicas. A expectativa é que o Cepe delibere sobre o assunto daqui a duas semanas.

 

A priori, nos debates iniciados no final do ano passado, o Decanato de Ensino de Graduação (DEG) havia proposto o início do próximo semestre para 28 de junho. Entretanto, as condições atuais da pandemia e a experiência de reinício do semestre atualmente em curso fizeram o DEG e a Secretaria de Administração Acadêmica reverem a sugestão. "Para muitos, a postergação é bem-vinda, pois estamos vivendo um momento de muita incerteza e tivemos um processo de ajuste de matrícula bastante corrido", apontou o decano de Ensino de Graduação, Diêgo Madureira.

 

O decano explicou, ainda, que a proposta leva em conta a antecedência mínima necessária para o planejamento de processos seletivos, tendo em vista trâmites internos e exigências legais. "Não se trata de aprovar a modalidade de execução do semestre, se presencial, híbrido ou a distância, mas apenas a deliberação sobre datas, o que é importante para planejamento interno e também individual de nossos professores e estudantes", reforçou o vice-reitor, Enrique Huelva.

 

PESQUISA – Durante a reunião, também foram apresentados os resultados da segunda pesquisa social realizada junto à comunidade acadêmica, para avaliar as condições econômicas, sociais e de acesso à tecnologia ao longo do semestre passado – o primeiro da história da instituição realizado em modo remoto. De maneira geral, houve avaliação positiva das ferramentas e metodologias de ensino, com o uso satisfatório do Aprender (a principal plataforma on-line da UnB) e do Teams.

 

A pesquisa foi respondida por 4.946 estudantes, o que corresponde a cerca de 12,5% dos alunos ativos de graduação. "Esse número é bastante alto para pesquisas sociais, mas nosso desafio é maior, para identificarmos eventuais distorções ocasionadas pela amostra", explicou o decano de Pós-Graduação, Lúcio Rennó, em referência ao fato de metade dos estudantes da UnB terem participado da primeira edição da pesquisa, em junho do ano passado. O docente também é coordenador do estudo e presidente do subcomitê de pesquisa social do Comitê de Coordenação de Acompanhamento das Ações de Recuperação (Ccar).

 

Segundo Lúcio, a amostra trouxe contingente significativo de estudantes que receberam auxílios da Universidade, em taxas semelhantes às encontradas nos sistemas administrativos. "Também identificamos que 22% dos nossos discentes utilizaram o Auxílio Emergencial do governo federal, o que indica a situação de vulnerabilidade de parte significativa desse segmento", comentou. Além disso, metade dos estudantes depende do Sistema Único de Saúde e quase 60% utilizam ônibus para chegar à Universidade.

Entre os resultados da segunda edição da pesquisa social, está o percentual de discentes que receberam apoio da UnB durante o primeiro semestre (1º/2020) de ensino remoto emergencial. Imagem: Reprodução/UnBTV

 

AVALIAÇÃO – No geral, os discentes fizeram uma avaliação positiva das condições de uso da internet para atividades síncronas e assíncronas. Quase 97% dos alunos usaram o Teams e 81,2%, o Aprender. Eles declaram-se satisfeitos com todas ou com a maior parte das disciplinas em diversos aspectos, entre eles: qualidade das aulas on-line (67,8%), percepção sobre a própria aprendizagem (65,9%), participação (77,7%), qualidade dos materiais didáticos (71,7%) e disponibilidade do professor para tirar dúvidas (72,6%).

 

A maioria (59,1%) manteve a matrícula em todas as disciplinas. Nos casos em que houve a retirada de matrícula – permitida até o último dia de aula –, a principal causa apontada foram as condições emocionais. "As ferramentas e os processos foram bem-avaliados. Essa é uma conquista impressionante, fruto de um esforço hercúleo de adaptação de todos nós ao ensino remoto", destacou o vice-reitor, que também preside o Ccar.

 

"A questão da interação entre os estudantes de uma mesma turma foi o elemento pior avaliado, justamente algo que a educação a distância leva muito em consideração. Podemos analisar formas de construir isso", acrescentou.

 

A pesquisa foi respondida por 1.868 docentes, o que equivale a cerca de 71,7% do quadro efetivo da UnB. Boa parte dos respondentes declarou ter pouca ou nenhuma dificuldade com o uso de ferramentas de ensino e aprendizagem on-line, indicando uma melhora em relação à primeira pesquisa social.

 

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Naquela ocasião, 30% dos professores disseram que seu conhecimento sobre o Moodle era ruim ou péssimo. Hoje, o índice dos que têm muita dificuldade com essa plataforma está em 11,4%. "Realizamos uma série de atividades formativas para docentes, e mais de 1.300 deles participaram de alguma dessas ações, promovidas pelo Cead [Centro de Educação a Distância]. Isso trouxe impactos positivos para o andamento do semestre", frisou Huelva.

 

Segundo a pesquisa social, 62% dos professores participaram de alguma atividade de formação no semestre passado. Os docentes também apontaram interesse em adquirir equipamentos para melhorar a qualidade das atividades remotas: 40,8% indicaram intenção de comprar microfone; 39,5%, fones de ouvido, e 30,4%, câmera.

 

EXPOSIÇÃO – Entre os técnicos, a participação na pesquisa foi de 37%, com 1.214 respondentes. Assim como os docentes, eles indicaram como maior entrave para a realização das atividades remotas as responsabilidades domésticas. Nos três segmentos da Universidade, houve a identificação de grande exposição ao coronavírus, tanto dos estudantes, técnicos e professores quanto de seus familiares. Cerca de 29,5% dos professores ou de pessoas com quem dividem a residência fizeram o teste para detecção da doença e, desses, 41,7% tiveram resultado positivo.

 

Entre os técnicos e seus familiares, 33,1% foram testados para covid-19 e 60,2% estavam com a doença. Já 36,2% dos estudantes ou das pessoas com quem moram fizeram o exame. Desses, 63,9% testaram positivo. "Um em cada quatro de nossos estudantes ou técnicos enfrentou diretamente a covid-19, tendo contraído a doença ou acompanhado um familiar nessa situação", apontou o professor Lúcio Rennó.

 

"Esses indicadores são alarmantes e mostram como a doença está espalhada em nossa comunidade e na população como um todo. Servem para mostrar o tamanho do nosso desafio, ainda mais porque essa é uma doença que debilita a pessoa por muitos dias, quando não há maior gravidade", comentou o vice-reitor.

 

Os resultados da pesquisa social serão usados para o planejamento das próximas ações do Ccar, o comitê da UnB que prepara as ações para a retomada das atividades. O material também estará disponível para consulta no repositório institucional.

 

 Confira a íntegra da 602ª reunião do Cepe:

 

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