O Conselho Universitário (Consuni) reuniu-se, em caráter extraordinário, nesta sexta-feira (23), em sessão comemorativa aos 59 anos da Universidade de Brasília. Para marcar a data, foi apresentada uma carta em defesa da Universidade e da ciência, assinada por ex-reitores, ex-decanos, professores eméritos e outros integrantes da comunidade acadêmica. Com um resumo da trajetória e da importância da UnB desde a sua criação, o documento foi aprovado por aclamação pelos conselheiros.
Durante a solenidade, também foi entregue título inédito de Honra ao Mérito a ex-alunos da UnB. A honraria passa a ser concedida anualmente a egressos que tenham alcançado reconhecimento nacional ou internacional relacionado à formação acadêmica concluída na Universidade. Diferentes unidades acadêmicas indicaram nomes para receber o título. Avaliadas por uma comissão, coordenada pelo vice-reitor Enrique Huelva, as indicações foram aprovadas por unanimidade pelo Consuni na última reunião, em 12 de abril.
Para o vice-reitor, o reconhecimento vem da "necessidade de fortalecer o vínculo entre a UnB e aqueles que formaram e formam, para toda a vida, parte da nossa instituição. Contribui para a construção de uma alma mater, que acolheu e que continua acolhendo aqueles que por ela passam e colaboram para que a Universidade seja de maior qualidade e excelência”.
Foram homenageados Fernanda de Pinho Werneck, egressa do curso de Ciências Biológicas; Flávio Calmon, graduado em Engenharia Elétrica; Joaquim Paulo de Lima Kaxinawá, doutor em Linguística; Leonardo Bursztyn, formado em Economia; e Miriam Jimeno, doutora em Antropologia.
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“Na UnB, eu descobri e vivenciei grandes paixões. Sobretudo, a minha paixão pela ciência, desenvolvida nos programas de iniciação científica da UnB, onde pude construir as bases éticas, científicas e acadêmicas que pautam a minha trajetória como cidadã brasileira e como cientista, que estuda a evolução da biodiversidade e luta por sua conservação”, disse Fernanda Werneck, em seu discurso de agradecimento.
Joaquim Kaxinawá desejou que as instituições de ensino sigam valorizando os saberes dos povos indígenas. “Quero agradecer a minha família, meu povo, as instituições formadoras que me trouxeram a esse momento. Aqui, trago essa reflexão para que todas as instituições continuem trabalhando e formando os povos [indígenas], para que eles mesmos possam fazer suas pesquisas, seus materiais didáticos, e, assim, fazer com que a cultura, a língua e os conhecimentos daquele povo tenham continuidade”, defendeu.
PANDEMIA – No início da cerimônia, uma homenagem foi prestada às vítimas da covid-19 da comunidade acadêmica. Durante minuto de silêncio em memória aos que morreram pela doença, uma mensagem transmitida em tela dizia: “A contribuição dos que partiram – estudantes, técnicos e técnicas, professores e professoras e prestadores e prestadoras de serviço – ficará para sempre marcada em nossa memória institucional”. E ainda: "Neste momento tão difícil, a UnB abraça a dor dos que ficam e seguem o caminho possível entre a saudade, a força e a esperança".
A reitora Márcia Abrahão levou uma mensagem de condolências a todos da comunidade que perderam alguém para a covid-19 e prosseguiu com uma avaliação do cenário do último período.
“Este último ano foi um dos mais desafiadores da nossa história. A situação, que inicialmente duraria algumas semanas, passou a durar meses, e agora, mais de um ano. Neste cenário tão complexo, a UnB conseguiu manter suas atividades com a excelência que já é característica. O esforço de adaptação e a dedicação contínuas de nossos docentes, técnicos e estudantes fizeram a diferença”, avaliou.
O diretor da Faculdade de Medicina (FM), Gustavo Romero, falou sobre a importância da UnB no combate à pandemia. Ele mencionou a parceria com o Instituto Butantan para realização da terceira fase de estudos clínicos de viabilização da vacina Coronavac, no Hospital Universitário de Brasília (HUB). Cerca de mil voluntários participaram dos testes para verificar a eficácia do imunizante, hoje utilizado em todo o Brasil.
O professor da FM relatou que os resultados para que a vacina fosse aprovada emergencialmente pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e constituísse um dos pilares da imunização contra a covid-19 no Brasil não demoraram a surgir.
“Foi nesse contexto complexo que a Faculdade de Medicina, o HUB e a administração superior da UnB encamparam a participação no desenvolvimento clínico da vacina contra a covid-19, na iniciativa do Instituto Butantan. Rapidamente, foi montada uma estrutura necessária para incluir centenas de pacientes voluntários no menor tempo possível e organizada uma equipe de mais de 40 profissionais que atenderam todas as demandas do estudo” relembrou.
Confira a reunião extraordinária do Consuni:
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