A Universidade de Brasília trabalha no planejamento das atividades letivas para o ano de 2021. Em reunião com os diretores de institutos e faculdades nesta quinta-feira (22), a Administração Superior apresentou proposta para os próximos semestres (2º/2020, 1º/2021 e 2º/2021), que inclui a possibilidade de realização de disciplinas presenciais indispensáveis. O assunto ainda será debatido pelo Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe).
"Queremos iniciar o próximo semestre, o 2º/2020, cuja data de início será 1º de fevereiro do ano que vem, avançando do plano de retomada das atividades da UnB, ou seja, abrindo a possibilidade de termos disciplinas presenciais", explicou a reitora Márcia Abrahão. "Entretanto, essas serão apenas as disciplinas indispensáveis. A recomendação do CNE [Conselho Nacional de Educação] é que sejam mantidas em modo remoto todas as disciplinas teóricas e aquelas cuja presencialidade não seja absolutamente necessária", completou.
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A proposta apresentada aos diretores foi elaborada pelo Comitê de Coordenação das Ações de Recuperação (Ccar) e levou em conta o parecer n. 15/2020 do CNE. O parecer, emitido no último dia 6 de outubro, traz diretrizes para a realização de atividades acadêmicas em todo o país no próximo ano, considerando o cenário de crise na saúde pública. A proposta será transformada em uma minuta de resolução, a ser apresentada ao Cepe e também encaminhada para apreciação das unidades acadêmicas.
PREPARO – O vice-reitor Enrique Huelva, que preside o Ccar, trouxe informações sobre o planejamento da Universidade em outras frentes. A instituição está aderindo a uma ata de registro de preços da Universidade Federal Fluminense (UFF) para aquisição de itens, como tapetes de higienização e dispenser de álcool em gel. Também será feito um plano de biossegurança para a UnB nos próximos semestres.
"Precisamos de protocolos claros para a área acadêmica, para definir, por exemplo, como deve ser o acesso à sala de aula, quantas pessoas podem permanecer e por quanto tempo. Também será necessário um monitoramento das atividades e um plano de contingência, caso alguém seja infectado pelo vírus", detalhou o professor Enrique.
O Ccar está preparando, ainda, uma campanha de comunicação relacionada à nova etapa do plano de retomada e um planejamento para a gestão de espaços físicos.
A proposta para isso foi elaborada pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU/UnB), que desenvolveu um método para a avaliação dos espaços de toda a Universidade, com classificação conforme o grau de adaptabilidade do local às exigências sanitárias.
"Fizemos um resumo de dez diretrizes principais para os ambientes, com cores para facilitar a comunicação com a comunidade", comentou a professora da FAU Joara Cronemberger Silva, que apresentou o estudo feito em sua unidade acadêmica. O material será compartilhado com as faculdades e institutos, para que façam suas próprias análises.
Outro assunto debatido foi a possibilidade de realização dos semestres em cerca de 90 dias, tempo menor do que os tradicionais cem dias. "O artigo 25 do parecer do CNE possibilita a flexibilização da quantidade de dias letivos em períodos de calamidade, como estamos vivendo. Estamos buscando, então, um consenso com as unidades acadêmicas para, depois, levar a proposta de cronograma ao Cepe", explicou o decano de Ensino de Graduação, Sérgio Freitas. Com isso, serão definidos os calendários dos próximos semestres.
DESAFIO – Muitos diretores manifestaram preocupação quanto a possíveis perdas pedagógicas. "Os novos currículos da área da saúde preveem vivência prática desde o começo do curso. Com a decisão acertada de manter as aulas em modo remoto, o máximo que for possível, haverá um represamento natural de conteúdo", observou o diretor Faculdade de Ciências da Saúde (FS), Laudimar Alves Oliveira.
O diretor da Faculdade UnB Gama, Sandro Haddad, sugeriu que a aquisição de um software de simulação de atividades práticas para dar conta dos desafios deste período. Ficou acertada a reunião com áreas afins para a elaboração de uma proposta institucional para o tema. "O orçamento de 2021 já virá com reduções, mas podemos estruturar alguma coisa conjuntamente, com a colaboração do DEG", mencionou a reitora.
Ela também frisou a excepcionalidade do momento. "Os desafios são enormes e estamos trabalhando com o possível no contexto de uma pandemia. A presencialidade será apenas para o que for indispensável. Também não poderemos usar vários dos nossos espaços", ponderou ela.
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