P&D

Previsão é que o produto, desenvolvido por pesquisadores da UnB e outras instituições, esteja no mercado no segundo semestre deste ano

Pesquisadores da UnB Mário Rosa (esq.) e Rodrigo Carregaro (dir.) integram o projeto. Além de atender demanda das equipes de saúde, a produção da Vesta pode ajudar a fortalecer a cadeia produtiva do camarão, beneficiando pequenos produtores. Foto: Anastácia Vaz/Secom UnB

 

Após dois anos de estudos, pesquisadores da Universidade de Brasília comemoram a aprovação e o registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) da máscara Vesta. A liberação ocorreu no mês de março. Fabricada com tecnologia 100% nacional, a Vesta é uma versão inovadora da máscara PFF2, sendo capaz de reduzir o contágio pela inativação do coronavírus a um baixo custo.

 

Fruto da parceria entre governo, centros de pesquisa e iniciativa privada, a tecnologia foi desenvolvida no âmbito do projeto Vesta – parte de outra iniciativa maior coordenada pela UnB, o Égide –, que envolveu uma equipe de mais de cem pesquisadores brasileiros de diferentes áreas do conhecimento, entre elas, saúde, engenharias e ciências humanas e sociais. Entre os principais parceiros estão o Laboratório de Avaliação e Desenvolvimento de Biomateriais do Nordeste (Certbio) da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), na Paraíba, e o Instituto Aggeu Magalhães (IAM) da Fundações Oswaldo Cruz (Fiocruz), em Pernambuco.

 

>> Relembre o processo de desenvolvimento da máscara Vesta

 

A máscara Vesta possui uma camada composta de nanopartículas de quitosana, substância extraída da carapaça de crustáceos, como camarão e lagosta, capaz de barrar o vírus. A propriedade virucida da quitosana foi descoberta pelo Certbio da UFCG.

 

Além do apoio da Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAP-DF) para realização dos ensaios clínicos, a pesquisa contou com contribuições financeiras individuais, bolsas de curta duração do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e doações obtidas pelo fundo instituído pelo Comitê de Pesquisa, Inovação e Extensão de combate à covid-19 da UnB (Copei), criado em 2020 para viabilizar ações de enfrentamento ao coronavírus.

 

Segundo o professor do curso de Fisioterapia da Faculdade UnB Ceilândia Rodrigo Carregaro, integrante do projeto, teste-piloto foi realizado no ano passado, com um pequeno grupo amostral, no Hospital Regional da Asa Norte (Hran), e, naquele momento, os resultados já se mostraram promissores. “O foco é aumentar a segurança dos profissionais de saúde que atuam na linha de frente”, lembra.

 

Ele ressalta que a partir de junho começam novos testes clínicos envolvendo 700 profissionais de saúde da unidade. “Vamos seguir avaliando a eficácia da quitosana que poderá ser utilizada, no futuro, para outros fins, como proteção contra o vírus da gripe”, diz.

 

Com a liberação da Vesta pela Anvisa, devem ser produzidas, inicialmente, 14 mil unidades, que serão doadas a hospitais da rede pública. No próximo semestre, ela deve estar à venda nas farmácias. A empresa Life Care Medical Indústria e Comércio será responsável por fabricar e comercializar o produto no país.

 

PESQUISA, DESENVOLVIMENTO E INOVAÇÃO – O pesquisador colaborador da Faculdade UnB Gama Mário Rosa, vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia Biomédica, observa que a crise de saúde pública causada pelo coronavírus acelerou o processo de pesquisa, desenvolvimento e inovação. A máscara modelo PFF2 com barreira protetiva de quitosana foi desenvolvida no Brasil em apenas dois anos, e, ainda neste ano, deve ser produzida em escala industrial.

Confira a cronologia de execução do respirador Vesta dentro do projeto Égide. Arte: Luísa Reis/Secom UnB

 

“Chegar a esse resultado tão rápido só foi possível porque havia uma estrutura de pesquisa pré-existente, articulada e enraizada. O que a crise de covid-19 fez foi acelerar o processo, da pesquisa do material à transferência da tecnologia à iniciativa privada”, observa. O pesquisador destaca que a UnB receberá os devidos royalties quando o produto já patenteado pela Universidade começar a ser comercializado.

 

Outro destaque é o fato de a produção poder ajudar pequenos produtores de camarão no litoral do nordeste e fortalecer um setor econômico estratégico para o país, como é o caso do complexo industrial da saúde. A pandemia evidenciou o quão importante é investir na produção nacional de bens estratégicos. “No auge da crise, faltaram máscaras que, de repente, passaram a ser demandadas ao mesmo tempo no mundo todo”, lembra Mário.

 

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