Dias difíceis para a ciência, para a produção de conhecimento e para a sociedade. Parece que as notícias ruins para quem trabalha em Instituição Federal de Ensino Superior têm chegado com mais frequência e intensidade. Apesar disso, os corpos docente e técnico da Universidade de Brasília comemoram mais um Dia do Servidor Público, datado neste 28 de outubro, lembrando a dedicação e o comprometimento com a educação pública de qualidade.
"Nossos técnicos e docentes sempre foram comprometidos com a Universidade e garantem a nossa excelência acadêmica. Agora, na pandemia, a rápida adaptação de todos a uma nova forma de trabalho permitiu a continuidade das atividades administrativas, de ensino, de pesquisa e de extensão. Sinto orgulho enorme de poder contar com esse quadro competente e capacitado", destaca a reitora Márcia Abrahão.
>> Leia a mensagem da Reitoria por ocasião do Dia do Servidor Público
O empenho desses profissionais acontece nos bastidores, mas os resultados são concretos, apesar do ambiente virtual em que as interações têm ocorrido. São 3.233 servidores técnico-administrativos e 2.594 docentes trabalhando juntos para que as aulas continuem, a extensão chegue até a comunidade, a pesquisa deixe suas contribuições sociais e a Universidade caminhe rumo aos 60 anos.
"O nosso compromisso em dar respostas aos problemas de Brasília e do país só é possível porque estamos cercados de docentes e técnicos da maior competência e compromisso, qualificados e imbuídos do espírito público", ressalta o vice-reitor Enrique Huelva.
Para estimular os servidores a seguirem desempenhando suas atividades com tamanha qualidade, a instituição tem investido cada vez mais em estratégias de incentivo à capacitação e valorização dos profissionais.
"Uma das frentes a que temos nos dedicado é a formação continuada dos técnicos, por meio da oferta de cursos pelo DGP e de mestrados profissionais nas mais diversas áreas da Universidade, garantindo que estar no serviço público não signifique parar de crescer profissionalmente. Além disso, também temos fortalecido as atividades acadêmicas, apesar das dificuldades orçamentárias. Um exemplo são os editais de auxílio a projetos de ensino, pesquisa, extensão e a publicações, estimulando a produção científica e reconhecendo os esforços de docentes e técnicos-administrativos", detalha Márcia Abrahão.
Diante de tantos feitos e conquistas alcançados pelos colaboradores da Universidade nos últimos anos, nada mais justo do que homenageá-los. Nesta matéria, conheça iniciativas que levam a UnB cada vez mais adiante e as pessoas por trás delas.
SEMUNI 2021 – Com o tema 100 anos de Paulo Freire, a Semana Universitária 2021 (Semuni) da UnB congregou virtualmente pessoas de diversas regiões para refletir sobre os rumos da educação. Ultrapassando fronteiras, convidados da própria UnB, dos quatro cantos do país e internacionais ocuparam as mais de 1.500 salas de transmissão e realizaram as quase 1.600 atividades viabilizadas por equipes de toda Universidade, mas, principalmente, do Decanato de Extensão (DEX).
"Na palestra de encerramento, tivemos dois convidados de fora de Brasília. A integração entre pessoas e participantes tem chegado mais longe e isso não tem preço", comemora a técnica em assuntos educacionais do DEX Fabiana Machado. Satisfeita com os resultados de todos os esforços empreendidos em tornar a Semuni um sucesso de participação, ela conta que um dos principais desafio é reter o público.
"Se atrasamos um pouco, ou se o conteúdo não prende o espectador, ele tem uma lista de outras opções a distância de um clique", compartilha. Para Fabiana, também se soma à lista de desafios a mistura do ambiente de trabalho com o familiar. "Você está na sua casa, mas não está, e às vezes é difícil explicar isso para quem está perto de você e até de entender você mesma."
Fabiana acredita, no entanto, que o resultado da Semuni supera esses entraves. "Não conseguiríamos ter essa quantidade de participantes no presencial e demandaria muito mais tempo dos participantes e verbas públicas para tê-los aqui", acrescenta.
O diretor Técnico de Extensão do DEX, professor Alexandre Pilatti, também acredita que o principal desafio para realizar um evento da envergadura da Semuni foi o distanciamento presencial, que dificulta gerir a manutenção do engajamento das equipes. "Apesar disso, tivemos outras oportunidades de aprendizado e conseguimos propor um número muito grande de ações", afirma.
Pilatti considera que houve uma participação muito ativa de professores, técnicos e extensionistas. "Isso demonstra que enfrentamos com sucesso esse desafio."
>> DEX faz balanço da Semuni 2021
NINGUÉM FICA PARA TRÁS – Com o avanço da pandemia do novo coronavírus e a migração das atividades para plataformas virtuais, ficou ainda mais urgente a necessidade de se pensar novas formas de inclusão digital. Além dos estudantes em vulnerabilidade socioeconômica, as equipes da Universidade se mobilizaram para tornar possível a participação das pessoas com deficiência nas atividades acadêmicas.
"Nossa grande pergunta era: como garantir as condições de acesso?", lembra a professora Sinara Zardo, diretora de Acessibilidade. Não apenas a equipe da Diretoria de Acessibilidade (Daces), mas os próprios estudantes demandaram formas de integração. Assim, o time da Daces reuniu sugestões da comunidade acadêmica. Juntamente com a equipe do Centro de Educação a Distância (Cead), os profissionais sistematizaram em um trabalho integrado o Guia de acessibilidade para o ensino remoto na UnB.
Realizado de maneira remota, o resultado do trabalho eleva o nível da qualidade de ensino da instituição. "Isso nos mantém na trajetória da excelência, uma vez que amplia o debate, possibilita mudanças de práticas pedagógicas e traz novos pensamentos", afirma a diretora da Daces.
A técnica em assuntos educacionais do Cead Lívia Melo foi quem articulou a live de apresentação do guia, realizada no início de outubro. Para ela, o trabalho remoto auxiliou na articulação dos participantes. Ela também aproveitou para utilizar recursos digitais para estruturar a apresentação, compartilhando documentos e construindo o roteiro da live em conjunto.
>> Confira: Guia orienta docentes na promoção da acessibilidade no ensino remoto
Lívia acredita que, com o material em mãos, o professor parte de outro ponto da conversa. "Agora damos esse apoio ao professor, para que se sinta mais acolhido e menos ansioso. Somos todos atores na busca pela justiça social e do atendimento das necessidades que precisam ser vistas", opina.
Em uma avaliação das rotinas no Cead, agora virtuais, ela acredita que ajudou a não se preocupar com a família. "Passar oito horas no presencial me deixava preocupada. Hoje consigo acompanhar a rotina da casa e trabalhar ao mesmo tempo, o que me deixa mais aliviada."
PLANEJANDO O FUTURO – Já de olho na comemoração dos 60 anos da UnB, em 2022, o professor da Faculdade UnB Planaltina (FUP) e diretor da UnBTV, Rafael Villas Bôas, tem atuado junto com o secretário de Comunicação, Paulo Schnor.
À frente do Subcomitê de Comunicação da Comissão UnB 60 anos, Rafael afirma que os preparativos para a comemoração trazem junto a reflexão sobre o que poderemos construir nos próximos 60 anos. "É um momento de discutir nossa história, mas numa perspectiva de planejar essa memória para o futuro."
Há outros representantes da Universidade e da comunidade em geral que são parte do subcomitê e os encontros não presenciais têm facilitado a participação de todos os que acreditam que a UnB também é o coração da capital. "Muitas vezes você pode acionar uma pessoa para tirar apenas uma dúvida, não demandando deslocamento, em uma intervenção muito pontual e rica", enfatiza Paulo.
O legado desse método, de acordo com o técnico da Secom, serão novas formas de trabalho para o futuro. "A Universidade é muito grande e as dinâmicas são muito complexas. Acho que o virtual irá permanecer e teremos isso como realidade."
O diretor da UnBTV acredita que a interação virtual também abre novas possibilidades, apesar de sentir falta do presencial. "Chegamos à marca de 58 mil inscritos no nosso canal [no YouTube], que é o tamanho da UnB. Isso nos traz a perspectiva da importância de novas linguagens na formação dos nossos estudantes", pondera.
Para ele, a experiência do projeto dos 60 anos uniu os papéis de professores e técnicos e reforçou o potencial de ensino dos profissionais da UnB. "Aprendi a revelar filme com um técnico. Hoje na TV, vejo nossos profissionais ensinando os estagiários. Somos uma grande escola para as emissoras da cidade", afirma. Paulo soma a essa colocação o papel dos extensionistas. "Aprendemos muito com o rompimento dessa maneira de trabalhar e os estudantes também conheceram e trouxeram muita vivência sobre a UnB", acrescenta.
"Todos interferem e contribuem para uma construção de algo que por si só já é uma notável experiência e deixará um método de trabalho. Daqui para frente, agiremos cada vez mais assim, reverberando esse contágio positivo", conclui o secretário de Comunicação.
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