A administração da Universidade de Brasília realizou reunião com diretores de institutos e faculdades para discutir estratégias para a melhoria dos indicadores acadêmicos. No debate, nesta quinta-feira (27), foram detalhados os elementos que compõem o cálculo do Índice Geral de Cursos (IGC) do Ministério da Educação (MEC) e sugeridos caminhos, como o aumento do número de vagas e de docentes orientadores na pós-graduação. A UnB tem, atualmente, nota 4 no IGC (em uma escala que vai até 5).
"Na última gestão, conseguimos melhorar indicadores de citação e publicação, com os incentivos por meio de editais e as ações de internacionalização. Mas precisamos avançar mais", defendeu a reitora Márcia Abrahão na abertura do encontro. "Sabemos das dificuldades e desafios do momento, porém, precisamos assumir como tarefa a busca de cada vez mais excelência acadêmica", acrescentou.
A decana de Planejamento, Orçamento e Avaliação Institucional, Denise Imbroisi, trouxe informações sobre os indicadores de avaliação acadêmica usados pelo MEC e, mais detalhadamente, os que são utilizados para o cálculo do IGC: o Conceito Preliminar de Curso (CPC, que se refere à graduação) e o Conceito Capes (que considera os programas de pós-graduação). Além deles, também é analisada a distribuição dos estudantes da Universidade em cada nível de ensino.
"O quantitativo de estudantes matriculados tem impacto no IGC. Assim, desligamentos e trancamentos penalizam não apenas o estudante, mas também a instituição", argumentou a decana. "Temos espaço para melhorias a curto, médio e longo prazo. Mais imediatamente, a ampliação das vagas na pós-graduação em pelo menos 2% é uma forma de melhorar o nosso resultado no IGC."
De acordo com os dados apresentados, a diferença entre a pontuação obtida pela UnB no IGC de 2017 (quando a Universidade ficou com 5) e no de 2019 é de apenas 0,021. Outras medidas sugeridas pela administração são o enfrentamento da evasão na graduação e na pós-graduação, o aumento do número de docentes credenciados na pós-graduação (hoje, somente cerca de metade está em algum programa) e a melhoria dos conceitos dos programas de pós e dos indicadores da graduação.
>> Veja a íntegra da apresentação feita pela decana do DPO
BOLSAS – Além disso, a administração destinará recursos próprios para bolsas de pós-graduação, como forma de estimular a ampliação de vagas e atrair mais estudantes. O quantitativo de bolsas e a participação das unidades acadêmicas com algum tipo de contrapartida ainda estão sendo definidos.
"Sabemos que o IGC não necessariamente reflete a qualidade do ensino e que boa parte desse indicador atende a interesses de instituições privadas. Mas, se compararmos a nossa situação com a de outras universidades federais parecidas com a UnB, vemos que é possível buscar melhorias", frisou a reitora. Ela pediu que os diretores levassem o assunto para discussão em suas unidades de maneira ampla e solicitou a elaboração de um plano de ação.
No debate, o diretor da Faculdade UnB Gama, Sandro Haddad, mencionou limitações dos indicadores usados pelo MEC. No caso da FGA, um dos problemas é que os cursos são relativamente novos e não há uma avaliação específica para eles. Ele também pediu ações institucionalizadas para mobilizar programas de pós-graduação. "Participo de dois programas e, por vezes, vejo decisões bastante isoladas e individualizadas", disse.
ORÇAMENTO – Os diretores e membros da administração concordaram que o debate sobre os indicadores não pode estar apartado das discussões sobre a recomposição orçamentária da Universidade. Este ano, o orçamento para despesas discricionárias está 8,2% menor do que no ano passado. Outra questão foi a importância de difundir informações sobre os métodos de avaliação do MEC.
"No CDS [Centro de Desenvolvimento Sustentável], subimos rapidamente no conceito Capes de 5 para 7 porque nossos professores passaram a entender melhor os mecanismos de avaliação. Mas vejo que muitos docentes não conhecem isso", observou o professor Fabiano Toni.
O vice-reitor, Enrique Huelva, falou sobre a importância da internacionalização. "Esse assunto ficou esquecido por décadas na UnB. Agora temos um plano, com metas e objetivos, que será revisitado no próximo ano. A ideia é que isso permaneça como algo estratégico para a instituição", destacou.
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