COLABORAÇÃO

Elaborado em homenagem aos 61 anos da capital federal, documento registra produção de conhecimento sobre a região

Inaugurada em 21 de abril de 1962, exatamente dois anos após a criação de Brasília, a UnB possui vínculo fortíssimo com a cidade. Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

 

Parte do conhecimento científico, de ensino e de extensão produzido na Universidade de Brasília sobre o Distrito Federal como um todo está agora registrado em portfólio lançado pelo Decanato de Pesquisa e Inovação (DPI). Elaborado em homenagem aos 61 anos da capital federal, completos em abril, o documento destaca o vínculo estabelecido pela UnB e a comunidade local por meio das colaborações da instituição. Além disso, a partir do portfólio, pretende-se incentivar a intersecção cada vez mais intensa entre produção acadêmica e cidade, com o objetivo maior de promover o bem-estar da população. 

 

O Portfólio de Pesquisa da UnB: impactos em Brasília e no Distrito Federal possui informações sobre quase 200 projetos e 50 professores coordenadores. “Os projetos têm impacto em diversas áreas, da saúde até a arquitetura, passando pela tecnologia”, conta a decana de Pesquisa e Inovação, Maria Emília Walter. Segundo ela, é importante dar visibilidade a essa colaboração, para que a população realmente saiba da existência dos projetos e como eles têm contribuído para a comunidade do Distrito Federal, já que foram especialmente pensados para atender às necessidades da região, em diferentes níveis. 

 

>> Acesse aqui o Portfólio

 

PROJETOS – Em prol da comunidade, a UnB desenvolveu, ao longo dos anos, projetos nas mais diversas áreas, pensados para diferentes públicos. No Portfólio, essas iniciativas, de pesquisa, extensão e/ou ensino, estão divididas de acordo com as grandes áreas de conhecimento (Ciências Exatas e Tecnologias, Ciências Humanas e Sociais, Ciências da Vida) e por unidades acadêmicas.

O projeto de extensão coordenado por Gabriela Tenório surgiu de sua tese de doutorado. Foto: Arquivo pessoal

 

Entre as mencionadas estão o Rapha, projeto que oferece auxílio a pacientes diabéticos desde 2016; o programa de extensão Universidade do Envelhecer (UniSer), voltado à promoção de ações educativas e integrativas para adultos acima de 45 anos; e a pesquisa Cartografia de Terreiros do DF, voltada ao mapeamento de sítios religiosos de matriz afro-brasileira na região – os dois últimos estão em curso desde 2017.

 

Outro projeto que se destaca é o Brasília, Arquitetura e Vida Pública, coordenado pela professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) Gabriela Tenório. Ativo desde 2016, este surgiu da vontade da docente de estudar os espaços públicos da cidade para embasar, a partir de critérios científicos, possíveis intervenções funcionais de estrutura.

 

"Um espaço bem sucedido é um espaço com gente, e gente diversa”, explica. "A ideia é a gente ter esses espaços mais adequados para apoiar, reter e atrair pessoas”, acrescenta.

 

De acordo com a docente, o projeto de extensão beneficia também aos estudantes, que percebem o impacto do que estão estudando e podem contribuir de formas diferentes para o ambiente urbano. “É uma forma de doar esse conhecimento para a cidade, contribuir para que, quando for a hora de crescer e evoluir, ela faça isso com uma base de conhecimento científico”, acredita.

 

Recentemente, os integrantes da iniciativa colaboraram na elaboração de projeto aplicado nas obras em curso no Setor de Rádio e Televisão Sul. Os participantes produziram relatórios e treinaram técnicos do Governo do Distrito Federal para que pudessem fazer os levantamentos necessários de espaço, público-alvo, acessibilidade, entre outros.

 

Vinculado ao Instituto de Ciências Exatas (ICE), o projeto Determinantes sociais da mortalidade adulta na Área Metropolitana de Brasília também está listado no Portfólio. Desde 2019, os integrantes têm explorado as bases de dados sobre mortalidade no DF, levando em consideração características sociais de pessoas falecidas. A expectativa é contribuir com a discussão de políticas sociais e de saúde que visem a redução da morte adulta prematura. 

Para Ana Maria Vasconcelos, mudanças de hábitos, melhores condições de habitação e de mobilidade têm impacto no tempo de vida sem incapacidades. Foto: Arquivo pessoal

 

A coordenadora do projeto e professora do Departamento de Estatística, Ana Maria Vasconcelos, explica que busca-se também compreender as relações entre determinantes sociais, fatores intermediários e a mortalidade em idade adulta. “O projeto trará uma grande contribuição para essa análise e seus determinantes sociais, com aportes metodológicos relevantes no sentido de sua reprodutibilidade em outras regiões do país”, afirma.

 

Outra frente é a coleta de dados da taxa de mortalidade infantil e expectativa de vida para grupos no DF e em Goiás. Segundo Ana Maria, a meta de redução da morte prematura, prevista nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU), foi fator decisivo para pensar o projeto.

 

“Para compreender esses diferentes riscos de morte, buscamos o referencial teórico dos determinantes sociais em saúde, que envolvem as condições sociais em que as pessoas vivem e trabalham”, conta.

 

Ainda de acordo com a coordenadora, o trabalho do grupo não foi parado pela pandemia do novo coronavírus e a análise de dados se mostra ainda mais relevante neste contexto. “Nosso trabalho pôde ser perfeitamente adaptado para modo remoto. Com a pandemia, ficou mais evidente a importância dessa análise para reconhecer desigualdades nas exposições ao risco de morte, principalmente quando trata-se de mortes prematuras evitáveis por diagnóstico e tratamento precoce ou pelo adequado acesso à atenção à saúde”, explica Ana Maria.

 

SAIBA MAIS – Informações sobre outros projetos da UnB relacionados à Brasília e ao DF podem ser encontradas no portfólio e também no site www.pesquisar.unb.br, a partir da busca por palavras-chave.

 

*estagiária de Jornalismo na Secom/UnB

 

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