EXTENSÃO

Convidados lembraram centenário de Paulo Freire e defenderam a importância da universidade pública para a transformação da sociedade

Participantes lembraram o papel essencial da universidade pública, gratuita e de qualidade na construção de uma sociedade mais justa, no desenvolvimento de aspectos sociais e na consolidação da economia. Imagem: Reprodução/UnBTV

 

Com o tema 100 anos de Paulo Freire, a 21ª Semana Universitária (Semuni) começou nesta segunda-feira (27), com discussões sobre o papel da Universidade de Brasília (UnB) e de outras Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes) na construção de um Brasil mais justo e igualitário. No evento de abertura da programação, que segue até sexta-feira (1°), estiveram presentes reitores e reitoras, políticos, servidores, estudantes e educadores. As falas dos convidados trouxeram algo em comum: a certeza de que um país melhor se faz com participação e diálogo, pela valorização do ato de ensinar e por reflexões a partir das próprias vivências dos sujeitos como seres pensantes.

 

Estendendo seu pesar às mais de 590 mil vítimas da covid-19 e relembrando as circunstâncias políticas, econômicas e sociais do país, a reitora Márcia Abrahão celebrou o espírito da diversidade da Semuni e deu as boas-vindas aos que falaram em defesa da UnB. "Fico feliz em ver o compromisso com a ação, a ciência e a vida acima de tudo. Temos trabalhado arduamente para vencermos este momento juntos", disse referindo-se à pandemia de covid-19.

 

>> Confira as mais de 1.500 ações da 21ª Semuni

 

"A Semuni deixou de ser um evento para se transformar em um programa estratégico da UnB, construído em conjunto com a comunidade, num diálogo permanente", pontuou a decana de Extensão, Olgamir Amancia.

À luz das ideias de Paulo Freire, Olgamir Amancia destacou o potencial da educação democrática na transformação da realidade social. Imagem: Reprodução/UnBTV

 

Ela lembrou, ainda, a importância de uma educação democrática, que envolva todos os sujeitos e permita a construção de um conhecimento crítico. "Assim, todos e todas compreendemos melhor a realidade e podemos nela intervir de maneira transformadora. Paulo Freire nos estimula a uma perspectiva generosa e de amorosidade para a educação."

 

DEFESA DA UNIVERSIDADE NECESSÁRIA – O presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Renato Janine Ribeiro, saudou a iniciativa e lembrou que "da educação, ciência, pesquisa, cultura, saúde e meio ambiente depende o futuro do Brasil. Elas compõem o círculo virtuoso que pode nos libertar das trevas e construir uma sociedade livre, justa e solidária." 

 

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Presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), o reitor da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Marcos David, defendeu a concepção de universidade que exerça com excelência seu processo de formação profissional e cidadã, que seja vetor de transformação social e econômica.

 

A professora Débora Diniz, da Faculdade de Direito (FD), lembrou Paulo Freire e seu modo amoroso de educar, abordando o conceito de boniteza para explicar que as universidades são o espaço da palavra verdadeira, "que é aquilo que desafia o poder, que não faz de si a feiura ou o medo [de conformar-se com o que não é afeito a si], como afetos para transformação que nosso tempo precisa".

 

A decana de Pesquisa e Inovação, Maria Emília Walter, descreveu os discursos dos convidados que a antecederam como emocionantes, por celebrarem o centenário de Paulo Freire e defenderem a universidade pública. "Este ato reafirma nossa resistência e resiliência em manter nossas atividades, além de ressaltar a importância da defesa das universidades públicas, sua autonomia e sua atuação junto à sociedade brasileira."

  

O presidente da Associação dos Docentes da Universidade de Brasília (ADUnB), Jacques Novion, destacou o contexto da pandemia de covid-19 e as ações de agentes políticos no período. "A educação se tornou alvo das políticas de austeridade neoliberais e sua radicalização", afirmou, ao lembrar a restrição orçamentária imposta pela Emenda Constitucional nº 95, que institui o novo regime fiscal, limitando as despesas e custeio das universidades por 20 anos. Já o coordenador-geral do Sindicato dos Trabalhadores da Fundação Universidade de Brasília (Sintfub), Edmilson Lima, somou-se à lembrança do delicado contexto político do país, em que repetidos discursos de negação da ciência e ataque às universidades têm sido propagados.

 

Somaram ao coro sobre a importância da universidade pública, gratuita, universal e de qualidade a presidenta da União Nacional dos Estudantes (UNE), Bruna Brelaz; a coordenadora e os coordenadores gerais do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UnB, Gabriely Feitosa, estudante de Ciências Biológicas, e Bruno Zaidan, estudante de Psicologia; a presidenta da Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG), Flávia Calé; e Helena Augusta Oliveira, representante da Associação de Pós-Graduandos Ieda Delgado da Universidade de Brasília.

Anfitriã da solenidade, a reitora Márcia Abrahão compartilhou a satisfação pela participação de gestoras de outras instituições no país no ato. Imagem: Reprodução/UnBTV

 

Os representantes discentes versaram sobre a autonomia e a importância da democratização do acesso e da permanência na Universidade, enfatizando a necessidade do fortalecimento da assistência estudantil e da cultura de respeito, com ensino humanizado.

 

Também estiveram presentes as reitoras do Instituto Federal de Brasília (IFB), Luciana Massukado; da recém-criada Universidade do Distrito Federal (UnDF), Simone Benck; da Universidade Federal de Rondônia (Unir), Marcela Pereira; da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), Joana Angélica da Luz; e da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Denise de Carvalho.

 

Suas falas convergiram na direção da defesa de uma universidade solidária, inclusiva e acessível. Elas também apontaram as perspectivas e os desafios de serem reitoras em suas respectivas universidades.

 

Além disso, fizeram uso da palavra a deputada distrital Arlete Sampaio (PT); o deputado distrital Leandro Grass (Rede Sustentabilidade); o deputado Distrital Fábio Félix (Psol); o deputado federal Israel Batista (PV); e o representante do Movimento pela UnB no Paranoá e Itapoã (Mupi) Carlos Antoneto Garibel. Eles salientaram o compromisso com a defesa da Universidade de Brasília, seus propósitos, sua autonomia e seu orçamento.

 

PROGRAMAÇÃO – Todas as ações da 21ª Semana Universitária acontecem de modo remoto e são gratuitas. Para obter o certificado de extensão, é necessário fazer a inscrição pelo Sistema Integrado de Gestão de Atividades Acadêmicas (Sigaa) e preencher os formulários de frequência que estarão disponíveis nas descrições dos vídeos e/ou nos chats das atividades ao vivo.

 

>> Participe das atividades

 

As atividades serão transmitidas pelos canais do DEX e da Semuni no YouTube, além de quatro outras salas virtuais na plataforma dedicadas a dar vazão às mais de 1.500 ações do evento.

 

Confira o ato político de abertura da 21ª Semuni:

 

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