MULHERES NO PODER

Atividade abordou os desafios em conciliar cargos com a vida familiar e debateu contribuições da presença delas na administração da Universidade

Mesa-redonda debateu a importância de mulheres assumirem cargos de liderança. Imagem: Reprodução/UnBTV

 

A presença feminina em cargos de liderança foi celebrada, nesta quinta-feira (10), durante a mesa-redonda Mulheres gestoras da UnB. O evento integra o #8MUnB2022, programação da Universidade de Brasília comemorativa ao mês das mulheres. Com transmissão pelo canal da UnBTV no YouTube e organização da Coordenação das Mulheres (Codim), a mesa-redonda contou com a participação das decanas Rozana Naves, do Decanato de Administração (DAF); Maria do Socorro Gomes, do Decanato de Gestão de Pessoas (DGP); Olgamir Ferreira, do Decanato de Extensão (DEX); e Maria Emília Walter, do Decanato de Pesquisa e Inovação (DPI). A mediação foi da diretora da Diversidade (DIV), Susana Xavier.

 

>> Saiba mais sobre a programação do #8MUnB2022

 

Abordando temas como a importância de incentivar jovens mulheres a assumirem cargos de liderança, os desafios e conquistas no ambiente de gestão e o machismo velado, a mesa-redonda afirmou o papel e as principais diferenças da gestão feminina na Universidade. Segundo a decana de Administração (DAF), Rozana Naves, a atuação das mulheres na gestão favorece o estabelecimento de ambientes de trabalho mais participativos.

 

“Acredito que na gestão feminina, além de sermos mais coletivas porque criamos um espaço democrático com desenvolvimento de propostas, sabemos trabalhar com mediação e consenso. Não basta ouvir o que o outro está dizendo, você precisa se colocar na perspectiva do outro em relação ao problema. Por mais que a gestão seja normatizada e administrativa, há espaço para diálogo. Dificilmente vemos essas características entre os homens.”

 

As gestoras reconheceram a importância da atuação de Márcia Abrahão tanto ao ser a primeira mulher reitora da UnB como por assumir a segunda vice-presidência da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes).

 

A presença das mulheres na ciência e tecnologia foi outra pauta de destaque na conversa. Para a decana de Pesquisa e Inovação (DPI), Maria Emília Walter, incentivar iniciativas inclusivas é outra forma eficaz de lutar pela equidade de gênero. A decana, que também é uma das coordenadoras dos projetos Meninas na Ciência e Meninas.comp, acredita que tal medida pode aumentar a adesão de mulheres em cursos de exatas – nos quais prevalece a presença masculina – e afirmar seu papel em ambientes de pesquisa.

Decana de Pesquisa e Inovação, Maria Emília Walter ressaltou importância de incentivar a participação das mulheres na ciência. Imagem: Reprodução/UnBTV

 

“A ciência da computação tem pouca representatividade feminina. Já dei aulas para turmas sem nenhuma menina! Reconheço que tive sorte de pagar por esse estudo e estar nesses espaços, mas isso não muda o fato de que temos que somar e trabalhar por inclusão por meio de projetos. Essa diversidade precisa chegar às outras camadas sociais. As mulheres representam 50% das minhas alunas de iniciação científica, mas quando a gente entra em cargos mais altos, temos poucas mulheres à frente de pesquisas. Elas nem chegam a pensar em cargos de gestão”, pontuou.

 

ENFRENTAMENTOS – Durante a mesa-redonda, o machismo velado e a descrença masculina quanto à gestão das mulheres também foram debatidos. Para as decanas, o assédio moral é uma das maiores dificuldades encontradas no ambiente acadêmico, no mercado de trabalho e em cargos de liderança.

 

“Nós temos muitos homens duvidando da nossa capacidade. Temos que provar o tempo todo que somos competentes, existem homens que derrubam nossa linha de raciocínio só porque somos mulheres. Eu sempre falo para as minhas alunas que elas não podem ter vergonha de suas opiniões. As meninas têm muito disso. Nós temos capacidade para lidar com gestão, a nossa reitora é uma prova disso. A UnB não é só formada por uma Reitoria, mas por uma mulher e uma gestão de mulheres”, afirmou a decana de Gestão de Pessoas (DGP), Maria do Socorro Gomes.

 

Por fim, a decana de Extensão (DEX), Olgamir Amancia, relembrou que a gestão feminina tende a ser marcada por disciplina, cuidado e extrema atenção, mas que essas características, muitas vezes, são reflexo da própria sociedade patriarcal. Segundo a decana, ao longo da vida as mulheres são incentivadas a assumir diversos papéis sociais que demandam o exercício dessas qualidades, seja como mães, donas de casa ou trabalhadoras em tempo integral.

 

“É um privilégio estar num espaço de gestão, mas é preciso lembrar que nossos horários apertaram. Nosso espaço privado é nosso espaço público. Nós somos mais disciplinadas, e isso pode favorecer na competição por uma gestão. Mas isso é resultado da opressão que vivemos, que nos ensinou a fazer tudo em pouco tempo e que somos obrigadas a cuidar do filho, atender telefone, limpar a casa, tudo ao mesmo tempo. Nós devolvemos essa capacidade por pressão. Por isso precisamos de mais mulheres no poder, porque avançamos, mas ainda existe desigualdade. Enquanto os homens só trabalham, nós continuamos com as múltiplas tarefas.”

 

PARTICIPE – A programação do #8MUnB2022 vai até o dia 31 de março e integra atividades diversas norteadas pelo debate sobre a Política de Igualdade de Gênero na UnB. As atividades são abertas para todo o público interno e externo à Universidade. Para participar, é necessário se inscrever pelo Sistema Integrado de Gestão de Atividades Acadêmicas (Sigaa). A inscrição nas atividades garante créditos de extensão aos participantes.

 

>> Confira também: Em conferência do #8MUnB, Lia Zanotta defende ações para reduzir as desigualdades de gênero

 

Confira a mesa-redonda Mulheres na gestão:

 

Leia também:

>> Cepe discute proposta de retomada de aulas presenciais no próximo semestre

>> Lourdes Bandeira, sempre presente

>> Mais meninas na ciência

>> UnB contrata professor visitante brasileiro e estrangeiro

>> Em conferência do #8MUnB, Lia Zanotta defende ações para reduzir as desigualdades de gênero

>> "UnB segue inquieta", diz reitora em evento sobre universidades "darcynianas"

>> Arquivo Central faz gestão do acervo que resgata a memória da Universidade

>> Em carta, reitora celebra conquistas das mulheres na UnB

>> UnB apoia Congresso Brasileiro de Inovação da Indústria

>> UnB recria comissão de heteroidentificação para graduação

>> Professoras da UnB são destaque em programação da SBPC para o 8 de março

>> Estudante da UnB participa do Brazil Conference Harvard/MIT

>> Para o mês da mulher, UnB promove debates sobre Política de Enfrentamento à Violência de Gênero

>> Simplifica UnB vai agilizar processos de concessão de bolsas e auxílios a estudantes e pesquisadores

>> UnB abre edital para Vestibular de Licenciatura em Libras

>> Guias ajudam a garantir a segurança da comunidade no retorno presencial

>> Saiba como comunicar suspeitas e casos de covid-19 à Universidade

>> Nova funcionalidade do app Guardiões da Saúde facilita o monitoramento de casos de covid-19 na UnB

>> UnB divulga guia de recomendações para prevenção e controle da covid-19

>> DPI lança portfólio e painéis com dados sobre infraestrutura de pesquisa e inovação da UnB

>> Coes publica cartilha com orientações em caso de contágio pelo novo coronavírus

>> UnB cria fundo para doações de combate à covid-19

ATENÇÃO – As informações, as fotos e os textos podem ser usados e reproduzidos, integral ou parcialmente, desde que a fonte seja devidamente citada e que não haja alteração de sentido em seus conteúdos. Crédito para textos: nome do repórter/Secom UnB ou Secom UnB. Crédito para fotos: nome do fotógrafo/Secom UnB.

Palavras-chave