Valorizar práticas que conectem os saberes acadêmicos e as vivências cotidianas. Ao mobilizar o ensino e a pesquisa para além dos espaços universitários, a extensão na Universidade de Brasília reforça a relação indissociável entre ciência e comunidade.
Na UnB, as iniciativas extensionistas abrangem todos os cursos de graduação em diferentes temáticas, como saúde, educação, trabalho, comunicação, tecnologia, cultura, território, meio ambiente, direitos humanos e justiça.
Ao todo, foram realizados mais de 1,9 mil ações de extensão e 536 projetos em 2021. As iniciativas envolveram diretamente 4,8 mil estudantes e 1,2 mil docentes. O ponto forte dos últimos anos foi a institucionalização da área, fortalecida pelo lançamento contínuo de editais.
A decana de Extensão, Olgamir Amancia, destaca que essa consolidação institucional segue como prioridade na Universidade, pois “assegura a transparência e a democracia no aporte dos recursos públicos”.
No âmbito das unidades acadêmicas, por exemplo, os colegiados e as coordenações de extensão ganharam força, com impactos positivos na Câmara de Extensão. “O debate aproxima a gestão superior das unidades, amplia o diálogo e a participação da comunidade acadêmica na formulação da política de extensão e, consequentemente, potencializa as ações”, comenta a gestora.
ENVOLVIMENTO – Levantamento da revista Darcy revela que a participação de estudantes nos projetos de extensão cresceu, passando de 2,8 mil em 2020 para cerca de 4,8 mil em 2021. Vale registrar que, em 2015, esse número ultrapassou a casa dos 10 mil. Entretanto, a migração do sistema de extensão e, depois, a pandemia de covid-19 ocasionaram queda na quantidade de estudantes registrados em 2019 e 2020.
A titular do Decanato de Extensão (DEX) prevê que a situação tende a se normalizar em decorrência da maior familiaridade da comunidade com a ferramenta e com o retorno integral das atividades presenciais, em junho.
Já a participação docente nos projetos alcançou seu ápice no ano passado, englobando 1,2 mil professores. Em 2020, o número foi de 349 docentes, frente a 753 no ano anterior.
“A presencialidade irá fortalecer ainda mais as ações, especialmente porque a convivialidade e a interação dialógica expressam a natureza da extensão universitária. É dessa partilha do diálogo entre saberes, culturas, vivências e conhecimentos científicos que nos abrimos para criar, inovar e ousar transformações fundamentais para a sociedade”, pontua Olgamir Amancia.
A decana reconhece os esforços realizados para adaptar as ações de extensão para o modo remoto durante o período de crise sanitária, mas comemora o retorno. “Retomar, na realidade concreta e não virtualizada, a interação com as escolas públicas, com os agricultores, com os grupos culturais no centro e na periferia e com os quilombolas e indígenas caracteriza o que somos em plenitude.”
Por outro lado, a gestora alerta que interrupção das ações junto a determinados grupos e territórios deixou impactos. “Enfrentar as perdas e os distanciamentos exigirá criatividade e sensibilidade, é preciso reconstruir processos. Além disso, há desafios perante as condições estruturais que vivemos. Não se faz extensão sem investimento e os recursos destinados às universidades estão cada vez mais reduzidos.”
O ponto alto dessa retomada será a Semana Universitária de 2022, que volta a ser presencial após duas edições realizadas em formato remoto. Comemorativa ao centenário de Darcy Ribeiro, o evento, gratuito e aberto à comunidade, será realizado de 29 de agosto a 2 de setembro, em todos os campi da UnB.
CONTEÚDO ESPECIAL – Essa reportagem finaliza a série de publicações da Secretaria de Comunicação para disponibilizar dados sobre a última década do ensino, da pesquisa e da extensão na UnB. Parceria entre o UnBNotícias e a revista Darcy, a sistematização contou com o apoio do Decanato de Planejamento, Orçamento e Avaliação Institucional (DPO) e de outras unidades administrativas.
“Precisamos continuamente registrar, sistematizar, organizar e consolidar nossos dados. Se não temos informações robustas disponíveis, como iremos provar a excelência da Universidade? Apesar dos desafios, a UnB tem comprovado que é uma instituição de excelência e que está comprometida com sua missão”, aponta Denise Imbroisi, decana de Planejamento, Orçamento e Avaliação Institucional.
A docente explica que o decanato tem trabalhado para consolidar uma cultura de avaliação institucional. Para a gestora, além da importância do tema para o desenvolvimento da Universidade, a comunidade precisa conhecer os processos de avaliação da UnB por atores externos.
“Temos obrigações legais junto ao Ministério da Educação, ao Inep [Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira], ao TCU [Tribunal de Contas da União], à Capes [Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior]. Precisamos ainda informar as pessoas sobre as diversas áreas de atuação da gestão universitária. É importante que todos entendam as métricas pelas quais somos avaliados”, afirma.
Para o futuro, a decana destaca o objetivo de aprofundar os estudos analíticos desses dados, priorizando a consolidação do sistema de gerenciamento das informações. “O DPO, junto aos decanatos de Ensino de Graduação, de Pós-Graduação e de Pesquisa e Inovação, começou um projeto para organizar, de maneira sistemática, os dados institucionais, visando atender os atores que demandam informações da Universidade. A iniciativa trará ganhos para o desempenho acadêmico e para a otimização das tarefas administrativas”, finaliza Denise Imbroisi.
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