O Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe) da Universidade de Brasília (UnB) aprovou, por unanimidade, a resolução que regulamenta a retomada das atividades acadêmicas presenciais a partir do próximo semestre letivo, com início marcado para 6 de junho. O documento foi discutido e votado nas duas últimas reuniões do Cepe, dias 31 de março e 7 de abril. A resolução entra em vigor no dia 16 de maio, último dia do semestre atual.
“Concluímos mais esta etapa em nosso processo de retomada. Mais uma vez agradeço às equipes e ao subcomitê acadêmico. Parabenizo todas as unidades acadêmicas pelo trabalho executado localmente em seus conselhos e a todos os membros do Cepe. Mais um exercício democrático e de alto nível das discussões”, disse o vice-reitor Enrique Huelva, que preside o conselho.
Ao final da votação, os conselheiros reconheceram o esforço da Universidade em conduzir o debate para o retorno integral às atividades presenciais. O professor do Instituto de Geociências João Willy ressaltou o caráter democrático com que todas as decisões foram tomadas durante o período da pandemia e a importância de lembrar das pessoas que faleceram ou adoeceram.
O decano de Ensino de Graduação, Diêgo Madureira, agradeceu a paciência e perseverança dos conselheiros nas muitas horas de discussão democrática em dois dias de reuniões. A professora Flávia Narita ressaltou a seriedade de todos na condução do Cepe e lembrou que a UnB fará um ato na Esplanada dos Ministérios em comemoração aos 60 anos. “Como diz o professor Hugo Rodas, a Universidade deve estar nas ruas”, relembrou.
O representante dos discentes André Doz contou que faz parte do conselho desde 2019 e acompanhou a decisão de suspender as atividades presenciais, em 2020. “Parabenizo a UnB pela maturidade e responsabilidade das posições tomadas nos últimos períodos. Neste período muito difícil para todos e para o país, nós conseguimos colocar a responsabilidade como a palavra-chave neste processo. A decisão de voltar às atividades presenciais mostra que a ciência venceu o negacionismo”, disse o estudante.
A conselheira Izabel Cristina Rodrigues, professora da Faculdade UnB Ceilândia, afirmou ter sido uma honra participar de momento tão importante da Universidade. “Estava ministrando uma aula presencial quando o segundo lockdown foi decretado no meio da minha aula. Eu vi os estudantes chorarem querendo o retorno e parecia cada vez mais distante. Esse é o relato mais sensível que eu poderia dar da pandemia. Houve muito aprendizado, principalmente lidar com o ensino remoto”, lembrou.
RESOLUÇÃO – O documento aprovado define que os estudantes poderão trancar disciplinas com até 50% do semestre em curso. Após este período, as solicitações de trancamento serão avaliadas. Durante os últimos anos de pandemia, ficou permitida a retirada de disciplinas até o último dia de aula.
Os colegiados de cursos e comissões de programas de pós-graduação poderão estabelecer condições para apresentações de Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC), dissertações, teses e exames de qualificação em formato remoto.
Na primeira semana de aula, não deverão acontecer atividades avaliativas. A resolução prevê, ainda, que os semestres cursados durante o período não contarão para o limite de tempo de permanência na Universidade.
Segue permitido aos estudantes se matricular em mais créditos do que o limite previsto por semestre para o curso, até o limite de uma disciplina de estágio. A medida tem o objetivo de dirimir o atraso percebido por alguns estudantes em cursar disciplinas de estágio obrigatório durante o período da pandemia. A medida, no entanto, não permite que estudantes se formem antes do tempo mínimo permitido no curso.
Os planejamentos aprovados levam em consideração que o quadro epidemiológico da pandemia de covid-19 siga em queda. Caso haja uma retomada da pandemia, as etapas voltarão a ser avaliadas.
Confira a íntegra da reunião:
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