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A pandemia também se mostrou um desafio para aqueles que vieram de longe para viver a experiência de ser UnB

A Associação dos Estudantes Africanos levou aos recém-chegados um pouco de alegria para aliviar as dores ocasionadas pela atual situação da pandemia do novo coronavírus. Foto: Arquivo pessoal

 

A Universidade de Brasília recebe todos os anos estudantes vindos de países do continente africano. A pandemia de covid-19, entretanto, acabou modificando os planos de muitos deles, que precisaram se adaptar às aulas no formato remoto emergencial e não puderam vivenciar a Universidade da forma que gostariam. A saudade da terra natal também não aliviou e se tornou mais um elemento desafiador para os discentes estrangeiros.

 

Essa é a avaliação de Ulrich Ouffoue Koffi, presidente da Associação dos Estudantes Africanos (AEA) da UnB. Para ele, formado em Engenharia de Controle e Automação pela UnB, os desafios gerados pela ansiedade e as dificuldades em relação à aprendizagem e à adaptação ao Brasil somaram-se à preocupação dos pais e à saudade acumulada.

 

Na tentativa de minimizar as provações causadas pelo cenário pandêmico e alegrar os estudantes, o presidente da AEA, em nome da associação, teve a iniciativa de montar 11 kits natalinos, compostos por panetone, chocotone, máscara e um cartão de Natal. Segundo Koffi a iniciativa serviu para aliviar as angústias e permitir que os corações dos estudantes Pré-PEC-G pudessem ser alegrados.

 

O presidente ainda destacou que ao entregar os kits teve um retorno positivo e agradável. “Agradeceram pelo gesto, pela iniciativa e, principalmente, pelo fato de não se sentirem esquecidos, apesar do apoio recebido pelos professores de idiomas e o auxílio dado pela Universidade de Brasília”, disse Ulrich Koffi.

 

IMPACTOS – Segundo Rogério Almeida, servidor da Assessoria de Assuntos Internacionais (INT), responsável pelo PEC-G, o começo da pandemia esteve cheio de dificuldades financeira e cultural, além de situações que envolviam problemas de saúde mental, em geral por conta do isolamento.

Ulrich Koffi, formado em Engenharia de Controle e Automação pela UnB e presidente da Associação dos Estudantes Africanos da Universidade, acredita que a empatia precisa, mais do que nunca, ser praticada. Foto: Arquivo pessoal

 

“Eles vêm de outro país, de outra cultura, alguns estão há anos longe da família. Estão sentindo saudade, tem essa barreira de não poder viajar, além disso têm muita necessidade de ter contato com compatriotas para compartilhar sua cultura, o jeito de falar, sua comida e esse isolamento os afastaram, o que acabou prejudicando ainda mais os problemas de saúde mental”, completou Rogério.

 

“Já em um segundo momento, começaram a aparecer problemas que a pandemia causou nos países deles: teve aluno que passou o curso quase todo aqui sem nenhum problema financeiro porque o pai era empresário ou tinha um emprego bom e agora, no fim do curso, precisou de assistência porque o pai faliu ou perdeu o emprego por causa da pandemia e o problema se refletiu aqui. O aluno já estava acostumado, então o estilo de vida mudou e isso nitidamente causou problemas de saúde mental também. Imagina você estar aqui com luxo e conforto e de repente isso acaba”, destacou o servidor.

 

Para Koffi, o cuidado com os alunos africanos recém-chegados do Pré-PEC-G (Programa de Estudantes – Convênio de Graduação) é necessário e vai além do financeiro. O presidente da AEA acredita que a empatia precisa, mais do que nunca, ser praticada.

 

“Além do apoio recebido é preciso de um olhar mais caloroso e um cuidado especial para eles, que mal chegaram, não se adaptaram totalmente e não falam o idioma perfeitamente pois a aprendizagem está em curso”, acrescentou Koffi.

 

AÇÕES MÚLTIPLAS – Rogério Almeida destacou que foi realizada uma campanha independente, com auxílio da coordenadora substituta da Coordenação de Apoio Acadêmico (CAA/DEG), Marília Marra. Foram feitas doações de cestas básicas para aqueles alunos, das modalidades PEC-G e Pré-PEC-G, que estavam em situação de vulnerabilidade.

 

Já a professora Rozana Naves do Instituto de Letras (IL) conseguiu uma bolsa, com recurso do IL, para auxílio alimentação aos estudantes. A INT também conseguiu disponibilizar apartamentos para aqueles alunos que estavam com dificuldades relacionadas à moradia.

 

RAIO-X – O Programa de Estudantes-Convênio de Graduação (PEC-G) oferece oportunidade de formação superior no Brasil a estudantes de outros países em desenvolvimento. Sessenta deles são graduandos na UnB, e a maioria é africana. Outros 11 estão no Pré-PEC-G aguardando a aprovação no Certificado de Proficiência em Língua Portuguesa para Estrangeiros (Celpe-Bras) para posteriormente ingressar na graduação.

 

Confira como foram as entregas dos kits natalinos promovidas pela Associação dos Estudantes Africanos (AEA) da Universidade de Brasília:

 

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