O serviço de atendimento a pacientes com artrite reumatoide no Hospital Universitário de Brasília (HUB-UnB) existe desde 2003 e são acompanhados cerca de 150 pessoas com a doença em estágio inicial, que tiveram o diagnóstico confirmado com menos de um ano do início dos sintomas. Os pacientes comparecem ao Ambulatório de Reumatologia pelo menos a cada três meses. Quando necessário, as consultas podem ser até semanais e duram, em média, uma hora e meia. “Nosso grande diferencial é o acompanhamento regular, com alteração frequente do tratamento de acordo com a necessidade de cada paciente, o que garante resultados muito positivos”, explica a reumatologista responsável pelo serviço, Licia Mota.
O resultado de tanta dedicação foi confirmado em um artigo científico do grupo de pesquisa do HUB, publicado em maio de 2021 na revista Open Journal of Rheumatology and Autoimmune Diseases. Nos anos de 2017 e 2018, 107 pacientes acompanhados pelo ambulatório por até 15 anos foram monitorados por meio de entrevistas diretas e revisão de prontuário. O estudo mostrou que mais de 50% das pessoas avaliadas apresentaram remissão dos sintomas, quando há o controle total da doença, com ou sem o uso de medicação. Esse número está bem acima da média de 20% constatada na literatura mundial.
Outro dado que chamou atenção foi o índice de pacientes que precisaram usar corticoide durante o tratamento, que ficou abaixo de 10%. Normalmente o medicamento é usado em um número maior de pessoas para amenizar os sintomas quando o tratamento não apresenta os resultados esperados.
Entre os pacientes avaliados, 95% são mulheres e a média de idade é de 55 anos. A aposentada Maria Lúcia Soares, de 59 anos, descobriu a artrite reumatoide em 2017 e tornou-se totalmente dependente do marido até para atividades básicas, como tomar banho e arrumar a casa. Com o tratamento, a doença entrou em remissão e ela recuperou a independência. “A remissão representa liberdade, porque eu era prisioneira da doença. Agora, só lembro porque ainda tenho que tomar os remédios todos os dias”, conta Maria Lúcia.
A dona de casa Fabiana Nascimento, de 34 anos, também espera conquistar a tão sonhada remissão. Ela é acompanhada no ambulatório do HUB desde 2012. “A minha expectativa é conseguir uma medicação que dê certo para entrar em remissão, controlar a doença e ficar sem dor. Tenho muita esperança de que vou voltar a ter qualidade de vida”, afirma Fabiana.
AMBULATÓRIO DE REUMATOLOGIA – A equipe do ambulatório conta com sete reumatologistas e profissionais voluntários de terapia ocupacional, educação física, nutrição, farmácia e odontologia. Além de medicamentos, o tratamento multidisciplinar inclui atividade física, psicoterapia e controle da alimentação. O objetivo do serviço é acompanhar pacientes com diagnóstico precoce, que evoluem de forma muito mais positiva do que aqueles que descobrem a doença tardiamente.
A artrite reumatoide é uma doença inflamatória crônica e autoimune, que afeta as articulações de mãos, punhos, cotovelos, joelhos, tornozelos, pés e ombros, além de órgãos internos, como pulmão, coração e rim. A progressão do quadro pode causar deformidades e alterações das articulações, comprometendo os movimentos. Por se tratar de uma doença que não tem cura, ao pessoas são acompanhados por toda a vida. Por isso, atualmente o ambulatório não recebe pacientes novos, mas monitora todos que fazem parte do programa.
O serviço também se destaca nas áreas de ensino e pesquisa. A disciplina Prática Interdisciplinar no Manejo da Artrite Reumatoide faz parte do currículo dos cursos de mestrado e doutorado em Ciências Médicas da Faculdade de Medicina da Universidade de Brasília (FM-UnB) e é realizada no ambulatório por cerca de oito alunos por semestre. Além de oito teses de doutorado e quatro de mestrado, já foram registradas mais de 50 publicações científicas com dados dos atendimentos.
O ambulatório também conta com o trabalho de residentes e estudantes de graduação. “É importante para a formação do reumatologista ter contato com essa doença e saber como o tratamento precoce pode ajudar no controle. Aqui temos espaço para discussão de casos e para aprofundar o conteúdo. As consultas são extensas e geram muitos dados para pesquisa”, garante o residente do segundo ano de reumatologia Belchior Timóteo.
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