CIÊNCIA EM DEBATE

Oferta por centro internacional da UnB ocorre pela primeira vez na graduação. Até terça (21), estudantes poderão solicitar inscrição durante rematrícula

A disciplina conta com duas turmas, uma às segundas-feiras e outra às quartas-feiras, ambas no turno vespertino. Foto: Julia Koblitz/Unsplash

 

O Centro Internacional de Bioética e Humanidades (CIBH) da Universidade de Brasília (UnB) está ofertando uma disciplina de graduação pela primeira vez. O componente curricular intitulado Bioética e Biotecnociências será ministrado no próximo semestre letivo, que tem início marcado para 17 de janeiro de 2022.

 

A disciplina comporta um total de 30 horas/aula, o que rende dois créditos ao fim do semestre. A oferta se dará na modalidade virtual e será composta de duas turmas, uma às segundas-feiras e outra às quartas-feiras, ambas das 14h às 15h40. Cada turma tem capacidade para 20 alunos.

 

Para os alunos de qualquer curso de graduação da Universidade que se interessarem, ainda dá tempo de se inscrever durante o período de rematrícula, que vai até o terça-feira (21), por meio do Sistema Integrado de Gestão de Atividades Acadêmicas (Sigaa). A disciplina não exige pré-requisitos e pode ser encontrada com o código CBH0001.

Monique Pyrrho, docente do CIBH, estará à frente da disciplina e destaca que o caráter transdisciplinar da bioética. Foto: Arquivo pessoal

 

DISCUSSÕES POLÊMICAS – Monique Pyrrho, docente do CIBH, estará à frente da disciplina e explica que as biotecnociências consistem no “conjunto de saberes e práticas que intervém sobre a estrutura orgânica com a finalidade de aumentar a duração e a qualidade de vida dos seres humanos”. Assim, a disciplina buscará explorar as questões éticas trazidas por esse campo.

 

Devem ser discutidos temas como melhoramento emocional e moral, DNA como ícone cultural, Big Data em saúde e biopolítica e biotecnociência no contexto latino-americano. A disciplina interessa a estudantes de diferentes cursos em função da atualidade e da transdisciplinaridade dos temas debatidos, uma vez que atravessa áreas como a saúde, biologia, ciências sociais, filosofia e direito.

 

“As reflexões éticas a respeito do uso de nanotecnologia passam a demandar diálogo com a física e química. Para pensar as dimensões morais do uso de Big Data em saúde, são mobilizadas relações com as ciências da computação. A bioética está em expansão e a disciplina é aberta a todos os estudantes de graduação”, exemplifica Monique sobre a transdisciplinaridade.

 

DEBATE PÚBLICO – A ministrante da disciplina descreve que a bioética tem enfoque em temas polêmicos que demandam reflexão. “A preocupação com o bem-estar humano é o motor da pesquisa científica. É por isso que esse bem-estar dos sujeitos não pode ser preterido, independentemente do conhecimento que se busca. Esse é um valor fundante para a própria bioética e é essa consciência aguda que queremos partilhar com os estudantes”, defende Monique.

 

Para municiar os estudantes para esse assunto que frequentemente toma o debate público, a disciplina terá caráter teórico e contará com o apoio das leituras indicadas para percorrer a história recente da bioética. “O objetivo da disciplina é apresentar esse panorama e oferecer alguns referenciais iniciais para que os estudantes desenvolvam reflexões éticas sobre o saber-fazer científico”, reflete a docente.

Professor emérito da UnB, Volnei Garrafa ressalta que a Cátedra Unesco de Bioética consiste em um selo internacional de qualidade acadêmica. Foto: Paulo Castro

 

EXCELÊNCIA – Os fundamentos da participação da Universidade de Brasília nas discussões da Bioética remontam a 1994, com a instalação do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Bioética, ligado ao Centro de Estudos Avançados Multidisciplinares (Ceam). Em 1998, surgiu o primeiro curso de especialização no seguimento.

 

O núcleo participou da oferta de disciplinas de Bioética na graduação de Odontologia e no Departamento de Saúde Coletiva. O professor emérito da UnB, Volnei Garrafa recorda que, houve semestres, “no final dos anos 1990 e início dos anos 2000, que eram oferecidas 200 vagas – inteiramente preenchidas – com intensos debates semanais, no Auditório Central da FS, sobre temas polêmicos da atualidade de então”.

 

Em 2005, ocorreu a instalação da Cátedra Unesco de Bioética, que consiste em um selo internacional de qualidade acadêmica. Desde então, a Cátedra, que aglutinou o Núcleo de Estudos e Pesquisas em Bioética o qual foi desativado, dedica-se ao ensino de pós-graduação. “Além de forte inserção nacional com estudantes de 21 estados da federação, nosso Programa de Pós-Graduação em Bioética da UnB é referencial na área para toda América Latina”, descreve Volnei Garrafa.

 

Com a institucionalização do Centro Internacional de Bioética e Humanidades como unidade acadêmica, ao qual a Cátedra passa a ser vinculada, retoma-se, agora, a proposta de inter e transdisciplinaridade direcionada à graduação. “Esta disciplina e o Centro como um todo visam atender à demanda por um tipo de reflexão, crítica e capaz de interconectar conhecimentos, cada vez mais cruciais para as universidades no futuro”, comenta Monique Pyrrho.

 

*estagiário de Jornalismo na Secom/UnB.

 

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