A reitora Márcia Abrahão participou, na noite de sexta-feira (2), da mesa Compartilhando Vivências, na II Jornada Feminismos Decoloniais em Questão. Também participaram da conversa as reitoras Denise Pires de Carvalho, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e Sandra Goulart, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Questionada pela mediadora Marise de Santana, da Universidade Estadual do Sul da Bahia (UESB), sobre quais projetos de sua gestão ela considera insurgentes, Márcia Abrahão lembrou da criação do Conselho de Diretos Humanos da UnB.
“Agora estamos no caminho de institucionalizar esse Conselho de Direitos Humanos, e torná-lo permanente, como uma Câmara”, disse a reitora, que também citou a política de cotas na pós-graduação e a adoção de nome social para pessoas transexuais, feita ainda no início da primeira gestão. “A UnB é uma universidade de Darcy Ribeiro. Então, por nossa história, a gente tem a obrigação de manter essa chama acesa.”
Outro ponto abordado pelas reitoras foi a necessidade de transformações nas estruturas culturais já consolidadas que naturalizam a presença de homens nos espaços de poder, enquanto ainda estranham a presença das mulheres.
“O gabinete se chamava ‘gabinete do reitor’ e eu não sei se eu já consegui mudar isso em todos os documentos da Universidade nesses cinco anos. São estruturas muito cristalizadas e de difícil ruptura, mas temos a obrigação de fazer essa ruptura”, afirmou. “Vamos fazendo as mudanças e regulamentando, para que elas não voltem atrás.”
NO PODER – Márcia falou também sobre as dificuldades enfrentadas pelas mulheres em cargos de decisão, como o silenciamento promovido por homens e a necessidade de lançar mão de estratégias para fazer suas decisões valerem. “Eu tenho um chefe de gabinete que é homem. Tem demandas que eu peço que ele trate diretamente com outros homens, porque alguns não respeitam as mulheres”, lamentou.
A reitora explicou ainda a composição dos decanatos, com maior participação de mulheres do que de homens. E frisou a importância de as mulheres abrirem espaços para outras. “Nos nossos decanatos, a maioria é de mulheres. Pela primeira vez na história da UnB, são mulheres que cuidam do dinheiro da Universidade”, disse.
Confira a íntegra do evento:
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