Tecnologia, advocacia, engenharia, geografia, saúde, geologia, comunicação, finanças. Uma infinidade de áreas do conhecimento tem empresas juniores (EJs) na UnB. Por aqui, as mulheres presidem 33 das 47 empresas e ocupam 65% dos cargos de liderança. Entre todos os membros das empresas juniores, as mulheres também são maioria, com 53%. A informação é do Panorama de Gênero das Empresas Juniores.
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A estudante do quinto semestre de Biotecnologia Letícia Fernandes é uma dessas presidentes. À frente da Genesys Biotecnologia, empresa que atua na área de análise microbiológica de água, alimentos e consultorias, ela acredita que liderar uma empresa júnior é uma experiência transformadora. “Ser mulher nessa posição é mostrar para a Letícia de 12 anos que morria de medo de falar em público e de ser julgada que temos o direito de ocupar lugares que nunca nem imaginamos existir. Não tenho ideia de aonde esses passos vão me levar, mas tenho muito orgulho de estar onde estou e de saber que aqui é apenas o começo”, avalia.
A Genesys tem a impressionante marca de 71% de mulheres em seu quadro. A diretora de projetos, Jhenyfer Benício, acredita que a diversidade torna o ambiente de trabalho mais plural. “Eu gostaria que tivesse maior representatividade de outros gêneros. Quanto mais você tem uma empresa diversa, mais podemos melhorar os pontos de vista”, diz a diretora, que ressalta o trabalho de qualidade que tem sido feito pelas líderes femininas da empresa.
No quarto semestre de sua graduação, Yara Oliveira é presidente da Advocatta, empresa júnior de Direito. Para ela, a experiência de estar à frente de uma empresa é desafiadora, mas não intimidadora: "Afinal, liderança é uma palavra feminina". Dentro da empresa, ela diz ter contado "com vários exemplos de lideranças negras, femininas e diversas que sempre deixaram claro o quanto nossa diversidade poderia fazer crescer uma empresa bastante jovem, dinâmica, criativa e, ainda assim, jurídica", explica.
Na UnB, as EJs estão vinculadas ao Programa Empresa Junior do Centro de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico (CDT). A coordenadora do Núcleo de Empreendedorismo e Desenvolvimento Empresarial e Social do CDT, Tânia Cruz, não se surpreende com a presença das mulheres nas EJs. "Esse dado vem reforçar o que a gente já sabe há muito tempo. Mulheres sempre produziram conhecimento e foram importantes no desenvolvimento da ciência moderna", avalia. "Na ciência contemporânea, isso não é diferente. São as que mais estudam, as que mais publicam e progridem entre a graduação e o doutorado."
Na AD&M, empresa júnior do curso de Administração, 44% dos membros da equipe são mulheres, algumas em cargo de liderança. De acordo com a diretora Isadora Parras, a empresa conta com mais de 50 pessoas na equipe. "E este número está prestes a aumentar com a chegada de novos trainees", avisa Isadora. A AD&M presta consultoria para todos os tipos de empresa, com serviços de marketing, finanças, gestão de pessoas e operações.
As empresas juniores oferecem serviços com valores abaixo do mercado, tendo por objetivo promover o crescimento profissional dos jovens estudantes. Para isso, contam com orientação e supervisão de professores com experiência no mercado de trabalho.
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