Reflexões sobre principais dificuldades, anseios e necessidades reais de alunas durante a maternidade mobilizaram o Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Maternidades, Parentalidade e Sociedade (Gmater) e a Diretoria de Atenção à Saúde da Comunidade Universitária (Dasu/DAC) a promover, na última sexta-feira (18), a mesa-redonda Maternidade na universidade: reflexões sobre a sobrecarga e a necessidade de cuidar da mulher-cuidadora. Com transmissão pelo canal da UnBTV no YouTube, a atividade integra o #8MUnB2022 – programação comemorativa em homenagem ao mês das mulheres na Universidade de Brasília (UnB).
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Para a professora do Departamento de Serviço Social (SER) e mediadora do evento, Hayeska Barroso, debater políticas públicas em prol de espaços acolhedores para mães e filhos é a melhor forma de apoiar as alunas durante a maternidade. “Precisamos refletir sobre como vamos olhar para a mulher que cuida. De que maneira a Universidade se ambientou como se não existissem filhos e mães? Quantas mulheres, para conquistar bolsas de mestrado, não escondem a barriga com medo de que a gravidez possa atrapalhar o processo seletivo? A maternidade não devia ser motivo de constrangimento dentro do ambiente acadêmico.”
A aluna do curso de Filosofia e representante do Coletivo de Mães da Universidade de Brasília (CMUnB) Tcherry Félix ressaltou a importância de enxergar a maternidade como um ato político dentro das universidades. Segundo a discente, a falta de apoio da comunidade acadêmica é um dos maiores motivos para a desistência no ensino superior entre as alunas-mães.
“O que mais acontece é o olhar de desprezo dos alunos e professores. A mulher não se sente abraçada e larga os estudos. Eu tive o prazer de ter professoras na UnB que me acolheram nesse período. Certa vez o meu filho estava agitado durante uma aula e quando eu ia saindo da sala, toda constrangida, a professora pegou o meu filho e ministrou a aula inteira com ele no colo. O meu filho conseguiu se acalmar e eu me senti abraçada. É uma grande luta, mas eu não quero parar de estudar”, contou.
CARTA DE DEMANDAS – Com apoio do Coletivo de Mães da Universidade de Brasília, a UnB tem trabalhado constantemente para a disponibilização de espaços de cuidado e afeto para alunas-mães, a exemplo da construção de uma creche e de um Centro Multidisciplinar de Pesquisa em Primeira Infância.
De acordo com Caroline Ribeiro, discente do curso de Pedagogia e representante do coletivo, tais adaptações, sejam físicas, culturais ou normativas, podem tornar a UnB mais acessível para as mães e seus filhos, mas ainda há muito o que ser feito.
“Temos muitas necessidades que ainda não foram atendidas, então criamos uma carta de demandas para apresentar para a Reitoria. Ainda não temos data de entrega, mas vamos transformar este arquivo em PDF e divulgar em nossa página no Instagram. Queremos conquistar não só o direito de permanência na Universidade, mas a construção de fraldários, aulas remotas durante a primeira infância, projetos de extensão para saúde mental na maternidade e tantos outros direitos”, afirmou.
>> Leia o artigo: A universidade acolhe mulheres-mães?
PARTICIPE – Organizada pela Coordenação das Mulheres da Diretoria da Diversidade (Codim/DIV/DAC), a programação do #8MUnB2022 vai até o dia 31 de março e integra atividades diversas norteadas pelo debate sobre a Política de Igualdade de Gênero na UnB. As atividades são abertas para todo o público interno e externo à Universidade. Para participar, é necessário se inscrever pelo Sistema Integrado de Gestão de Atividades Acadêmicas (Sigaa). A inscrição nas atividades garante créditos de extensão aos participantes.
Confira a mesa-redonda:
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