A Universidade de Brasília vai passar a reservar 43% das vagas dos estágios não obrigatórios oferecidos pela instituição para estudantes negras e negros, pessoas com deficiência, transexuais e indígenas. A resolução foi aprovada por unanimidade em reunião do Conselho de Administração (CAD), nesta quinta-feira (12).
A distribuição será feita da seguinte forma: 30% das vagas para estudantes negras e negros, 10% para estudantes com deficiência, 2% para travestis e transexuais e 1% para estudantes indígenas.
A proposta foi apresentada pela Diretoria de Diversidade (DIV), do Decanato de Assuntos Comunitários (DAC). A diretora da DIV, Susana Xavier, ressaltou: “Para nós é um momento muito importante, porque mesmo numa conjuntura muito ruim temos essa política sendo aprovada na UnB. Sabemos que essas populações são excluídas do mercado de trabalho e que o estágio é o primeiro acesso a uma oportunidade profissional”.
Apesar de a aprovação ser motivo de orgulho, a relatora Maria Inês Gandolfo, diretora do Instituto de Psicologia (IP), afirmou que apenas garantir a reserva de vagas não é suficiente, já que o cotidiano dentro da Universidade precisa de suporte, como, por exemplo, tradução em Libras para estudantes surdos. “Precisamos ter mecanismos para garantir que eles não apenas acessem as vagas, mas que permaneçam de forma saudável e feliz, como todos os outros estudantes”, frisou.
Para a reitora Márcia Abrahão, a decisão mantém a UnB na vanguarda da promoção de ações afirmativas. “É um orgulho ver essa votação. Parabenizo os membros do CAD por perceberem a importância de a UnB continuar sendo uma universidade inclusiva e paradigmática.”
A gestora, no entanto, aponta para o desafio de implementar a política de diversidade aprovada pela UnB na sua totalidade. “Conseguimos um edital para contratar mais tradutores de Libras e temos um número maior de estudantes que não estão somente no Instituto de Letras. Precisamos dar vazão para toda a Universidade”, disse a reitora.
ASSISTÊNCIA ESTUDANTIL – Na mesma reunião, os conselheiros do CAD aprovaram, por unanimidade, resolução que institui uma comissão permanente para aprimorar o uso de recursos destinados à Política Nacional de Assistência Estudantil.
A comissão, que já atuava desde 2017 por meio de Ato da Reitoria e foi recentemente considerada boa prática de gestão pela Auditoria Interna da UnB, agora conta com o amparo da resolução e garante as participações de representantes do Diretório Central dos Estudantes (DCE) e do próprio CAD, não previstas anteriormente. Presidida pela decana de Planejamento, Orçamento e Avaliação Institucional, a comissão será composta ainda pelos decanos de Administração, de Assuntos Comunitários, de Ensino de Graduação e de Extensão.
“A partir do momento em que tivermos um representante indicado pelos estudantes, teremos mais um olhar e a certeza de que isso vai contribuir no aperfeiçoamento da política de assistência estudantil”, garantiu a decana de Planejamento, Orçamento e Avaliação Institucional, Denise Imbroisi.
Para a representante do DCE no CAD, Monna Rodrigues de Sousa, a participação estudantil na comissão "é muito importante", porque reforça a inserção dos temas discutidos na Conferência Estudantil. Mas, segundo ela, o número de estudantes na comissão deveria ser maior.
A comissão deverá apresentar relatório anual ao CAD sobre o andamento das atividades relativas ao orçamento da assistência estudantil.
Assista abaixo a íntegra da 406ª Reunião do CAD:
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